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UMA QUESTÃO ESSENCIAL

“E eis que certo homem, intérprete da Lei, se levantou com o intuito de pôr Jesus à prova e disse-lhe: Mestre, que farei para herdar a vida eterna?” (Lucas 10:25).

Bom dia!

Naquele tempo, um intérprete da Lei se levantou com o objetivo de colocar Jesus à prova. Certamente, enquanto Jesus estava ensinando, como costumeiramente fazia, o intérprete colocou-se de pé e apresentou a questão. O intérprete era um especialista na Lei, tanto escrita (Torá), como oral. Fora do contexto judaico, poderia ser entendido como um advogado, mas como escriba, ele não se ocupava de assuntos seculares.

Embora tenha apresentado uma excelente questão, seu objetivo era baixo, ele estava mal-intencionado. A mensagem, os milagres e a autoridade de Jesus não bastaram para revelar sua identidade e convencer o intérprete da Lei. Essa situação não nos é completamente estranha, pois, em nosso tempo, algumas pessoas insistem em negar a identidade de Jesus, seja por ignorância, seja por escolha.

Que farei para herdar a vida eterna? Esta é uma questão fundamental na história do pensamento da humanidade. O homem é o único ser que conta o tempo e se angustia. O Tob, cachorro da minha filha, não sabe que dia é hoje, não sente culpa ou remorso pelo que deixou de fazer ontem, nem está preocupado ou ansioso pelo amanhã. Ao contar o tempo, percebemos a precariedade de nossa existência e deparamos com nossa finitude. Na iminência da morte, emerge no pensamento, o questionamento pela eternidade.

O famoso diretor de cinema e escritor Woody Allen disse certa vez: “Eu não quero alcançar a imortalidade por meio de meu trabalho. Eu quero alcançá-la sem morrer.” Steve Jobs, em um discurso de formatura na Universidade de Stanford, disse: “Lembrar que estarei morto em breve é a ferramenta mais importante que já encontrei para me ajudar a fazer grandes escolhas na vida. Porque quase tudo – todas as expectativas externas, todo o orgulho, todo o medo de passar vergonha ou falhar – essas coisas simplesmente caem diante da morte, deixando apenas o que é verdadeiramente importante.”

Ao interrogar Jesus sobre o que deveria fazer para herdar a vida eterna, o intérprete da Lei provavelmente estava a pensar no mérito pessoal, em algum tipo de obra, sacrifício ou observância que o tornaria merecedor dessa bênção.

Ao deparar com a sua finitude, quer dizer, com a morte, e constatar sua impotência para solucionar a situação, surge a questão fundamental que, em outra parte, a Bíblia registra sendo apresentada pelo carcereiro ao apóstolo Paulo: “Senhores, que devo fazer para que seja salvo?” (Atos 16:30). Paulo, sem pensar, responde: “Crê no Senhor Jesus Cristo e serás salvo, tu e a tua casa.” (Atos 16:31).

Nesse momento de tantas perdas, sofrimento e incertezas, você pode ser surpreendido com pensamentos, inquietações e angústias que o conduzam a pensar na finitude, temê-la e se questionar: “O que devo fazer?” “O que posso fazer?” “Qual o sentido de tudo?” “Será que é só isso?” Se quase tudo cai por terra diante da finitude, e você precisa fazer escolhas, o que é, então, verdadeiramente, importante?

Paulo respondeu ao carcereiro que, para ser salvo [da morte], ele deveria crer em Jesus. Ao confrontar e confortar Marta diante do túmulo de Lázaro, seu irmão, Jesus disse-lhe: “Eu sou a ressurreição e a vida; quem crê em mim, ainda que esteja morto, viverá” (João 11:25). Jesus é a resposta de Deus para as angústias e perplexidades humanas.

Cel. Cícero Nunes

Cel. Cícero Nunes

Professor Estudo Bíblico

Cícero Nunes Moreira é casado com Cibele Mattiello da Rocha Moreira. Ordenado ao ministério sacerdotal há vinte e cinco anos, autor e Pastor na Igreja Evangélica Vida com com Cristo e capelão voluntário na Policia Militar de Minas Gerais com atuação, principalmente na Academia de Policia Militar e no Hospital da Policia Militar. Mestre em Ciências da Religião pela PUC Minas e Coronel do Quadro de Oficiais da Reserva. Autor do Livro Religião e Direitos Humanos na Policia Militar e Segue-me! Conectando-se ao Evangelho de Lucas.

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