“Então, Jesus lhe perguntou: Que está escrito na Lei? Como interpretas? A isto ele respondeu: Amarás o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma, de todas as tuas forças e de todo o teu entendimento; e: Amarás o teu próximo como a ti mesmo.” (Lucas 10:26,27).
Bom dia!
Após o intérprete da Lei questionar Jesus sobre o que fazer para herdar a vida eterna, como um grande Mestre ou, talvez, por perceber suas intenções, Jesus perguntou-lhe: “Que está escrito na Lei? Como interpretas?” (Lucas 10:26).
Diante do questionamento de Jesus, ele respondeu: “Amarás o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma, de todas as tuas forças e de todo o teu entendimento; e: Amarás o teu próximo como a ti mesmo.” (Lucas 10:27).
A resposta do intérprete, elogiada por Jesus, apresenta três dimensões para uma vida plena, conforme foi proposto por Deus, sendo que a primeira dimensão quase passa despercebida no mandamento: amar a si mesmo. Algumas pessoas têm dificuldades para se amar. Não aceitam a cor da pele, o formato do nariz ou o cabelo. Ficam o tempo todo fingindo ser outra pessoa, espelhando um ator, uma atriz ou um atleta famoso.
Elas gastam dinheiro com cirurgias e em academias. Por causa disso, algumas morrem ou sofrem terríveis consequências. Algumas se tornam usuárias de esteroides, param de comer ou comem mais do que precisam.
O oposto disso, mas ainda na dimensão do amor-próprio, são as pessoas que amam demais, mas amam apenas a si mesmas. É a dimensão egoísta. Essas pessoas amam demais o espelho e passam muitas horas por semana cultuando o próprio corpo.
Você precisa entender que o Senhor nos fez únicos e especiais. Como diz a canção infantil, cada um de nós é uma obra prima. É salutar ter a convicção de que há algo especial e único na terra, algo que apenas você, como indivíduo, pode fazer, pois você é único. Portanto, não se valorize além do que é necessário, nem se desvalorize buscando ser quem você não é, por isso, “Cada um permaneça diante de Deus naquilo que foi chamado.” (1 Coríntios 7:24).
A segunda dimensão apresentada na resposta do escriba é o “amar ao próximo.” Há pessoas que amam o próximo apenas quando isso é vantajoso. Se houver ganho pessoal no relacionamento, elas permanecem nele. Se não houver, elas desertam, pois seu amor é utilitário. Na verdade, elas não amam, apenas usam as pessoas.
Uma das marcas do discípulo de Jesus é o amor ao próximo: “Nisto conhecerão todos que sois meus discípulos: se tiverdes amor uns aos outros.” (João 13:35). O amor, ensina Paulo, não procura seus interesses (1 Coríntios 13:5), sua alegria é a felicidade do outro. O intérprete da Lei parece ter dificuldade nessa área, por isso, querendo se justificar, perguntou a Jesus quem era seu próximo.
Por fim, a terceira dimensão de uma vida plena é: amar “o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma, de todas as tuas forças e de todo o teu entendimento.” (Lucas 10:27).
Em nosso tempo, algumas pessoas decidiram que Deus não existe, pois crer nele é muito opressor, produz culpa, remorso e impõe regras que impedem que a pessoa viva livremente e aproveite. Por essa razão, elas declararam a morte de Deus e vivem segundo suas regras.
Algumas pessoas praticam, sem perceber, o ateísmo prático. Elas não declararam a morte de Deus, pelo contrário, afirmam crer nele e até frequentam a igreja, mas vivem como se Deus não existisse. Elas dão o dízimo da corrupção, fazem a oração de agradecimento pela propina, se benzem antes de praticar o assalto, saem da Igreja e xingam palavrão para o motorista que está no veículo da frente, traem a esposa ou o marido, sonegam imposto e fazem muitas outras coisas. Deus está em suas bocas, mas longe de seus corações.
Uma vez que o fim principal da humanidade é viver para a glória de Deus e se alegrar nele para sempre,[2] você não será feliz, nem viverá plenamente, se não amar a Deus intensamente.
Em suma, uma vida abençoada, equilibrada e plena inclui três aspectos que se integram e se complementam: amar a si mesmo do jeito que você é; amar ao próximo desinteressadamente; e, por fim, amar a Deus intensamente, acima de tudo e de todos.
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[1] Texto escrito com base no sermão do Reverendo Martin Luther King: Three dimensions of a complete life.
[2] Breve Catecismo de Westminster, Pergunta 1: Qual é o fim principal do homem? Resposta: O fim principal do homem é glorificar a Deus, e gozá-lo para sempre.
Cel. Cícero Nunes
Professor Estudo Bíblico
Cícero Nunes Moreira é casado com Cibele Mattiello da Rocha Moreira. Ordenado ao ministério sacerdotal há vinte e cinco anos, autor e Pastor na Igreja Evangélica Vida com com Cristo e capelão voluntário na Policia Militar de Minas Gerais com atuação, principalmente na Academia de Policia Militar e no Hospital da Policia Militar. Mestre em Ciências da Religião pela PUC Minas e Coronel do Quadro de Oficiais da Reserva. Autor do Livro Religião e Direitos Humanos na Policia Militar e Segue-me! Conectando-se ao Evangelho de Lucas.