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SEM ENFRAQUECER NA FÉ

“Porque, na esperança, fomos salvos. Ora, esperança que se vê não é esperança; pois o que alguém vê, como o espera? Mas, se esperamos o que não vemos, com paciência o aguardamos.” (Romanos 8:24,25).

Bom dia!

Em sua carta aos Romanos, Paulo fala sobre os sofrimentos, sobre a expectativa da criação pela redenção e sobre a esperança que há em nós, pela qual gememos, na expectativa de nossa adoção como filhos e da redenção de nosso corpo.

Naquele tempo, Paulo escreveu que a salvação estava mais próxima que no momento no qual aceitamos nossa fé (Romanos 13:11). Porém, o que nos faz perseverar e continuar crendo que Deus cumprirá suas promessas, se já são passados dois mil anos?

Primeiro é preciso lembrar que a esperança é uma característica essencial da vida cristã e tem, como um de seus fundamentos, o caráter de Deus: “Deus não é homem, para que minta; nem filho de homem, para que se arrependa. Porventura, tendo ele prometido, não o fará? Ou, tendo falado, não o cumprirá?” (2 Números 23:19).

Nosso relacionamento com Deus está fundamentado na experiência e na convicção que Ele cumpre suas promessas. Deus cumpriu todas as promessas feitas a Israel no passado, continua sendo fiel no presente e será no futuro.

Paulo lembra a esperança de Abraão que, diferentemente de nós, não tinha uma experiência anterior ou um fato no qual pudesse se apoiar. Abraão tinha apenas a promessa de Deus, mas não duvidou dela. Mesmo percebendo o enfraquecimento de sua carne, sua idade avançada e a esterilidade de sua esposa, esperou com perseverança: “Abraão, esperando contra a esperança, creu, para vir a ser pai de muitas nações, segundo lhe fora dito: Assim será a tua descendência.” (Romanos 4:18).

Nós, os que cremos, da mesma forma precisamos viver na esperança, mesmo que a realidade e suas circunstâncias estejam em contradição direta com as promessas de Deus. Ao olhar para Abraão, podemos afirmar que a esperança é amiga da paciência. Sem dúvida podemos afirmar, igualmente, que a esperança é amiga íntima da fé. É verdade, a esperança é companheira íntima da fé e da paciência.

A esperança não é uma possibilidade, como se alguém dissesse: “Espero ver você daqui a um mês”. Para aquele que está em Cristo, esperança é certeza, pois não se fundamenta em probabilidade, mas na promessa de Deus, que não pode negar a si mesmo, nem entra em contradição.

Enquanto Abraão não tinha nada para se apoiar, exceto a promessa de Deus (que já basta), nós temos eventos extraordinários que alimentam nossa esperança, temos a morte e a ressurreição de Jesus Cristo.

Além disso, nós o vimos, ouvimos, tocamos e temos transmitido esse testemunho, geração após geração, com a graça do Espírito Santo, que tudo confirma e testifica em nosso coração (1 João 1:1-3) e convence a humanidade a respeito do juízo, da justiça e do pecado (João 16:8).

Paulo nos diz que tudo o que foi escrito e chegou até nós, foi escrito para que tenhamos esperança: “Pois tudo o que foi escrito no passado, foi escrito para nos ensinar, de forma que, por meio da perseverança e do bom ânimo procedentes das Escrituras, mantenhamos a nossa esperança.” (Romanos 15:4).

Mas que esperança é essa da qual a Escritura fala? Há no Evangelho uma esperança dupla. A primeira é a esperança da redenção do corpo, a convicção que nada poderá nos separar do amor de Deus, que somos mais do que vencedores e a certeza que Jesus vem para buscar a Igreja. Por isso, afirma: “Cristo em nós, a esperança da glória.” (Colossenses 1:27).

Ao ressuscitar e ser elevado ao Céu (Atos 1:11), Cristo inaugurou um novo tempo de esperança. Vivemos entre a ressurreição de Jesus e a consumação dos séculos, com seu retorno glorioso. Assim, em primeiro lugar, a esperança é escatológica, esperança que é certeza da volta de Jesus o qual, “enxugará dos olhos toda lágrima.” (Apocalipse 7:17).

Em segundo lugar, a esperança é, também, a certeza de uma vida abundante agora mesmo. Enquanto aguardava a promessa, Abraão não viveu em lamentos e murmurações. Os discípulos de Jesus podem desfrutar da paz, conforto e plenitude da vida oferecida por Cristo agora, pois, libertos do poder do pecado fomos feitos, novamente, filhos de Deus.

Renovados pela esperança, encorajados na comunhão dos santos e fortalecidos na comunhão com o Espírito Santo, com esperança enfrentamos as aflições e prosseguimos em nossa peregrinação: “Pois a nossa pátria está nos céus, de onde também aguardamos o Salvador, o Senhor Jesus Cristo, o qual transformará o nosso corpo de humilhação, para ser igual ao corpo da sua glória, segundo a eficácia do poder que ele tem de até subordinar a si todas as coisas.” (Filipenses 3:20,21).

Cel. Cícero Nunes

Cel. Cícero Nunes

Professor Estudo Bíblico

Cícero Nunes Moreira é casado com Cibele Mattiello da Rocha Moreira. Ordenado ao ministério sacerdotal há vinte e cinco anos, autor e Pastor na Igreja Evangélica Vida com com Cristo e capelão voluntário na Policia Militar de Minas Gerais com atuação, principalmente na Academia de Policia Militar e no Hospital da Policia Militar. Mestre em Ciências da Religião pela PUC Minas e Coronel do Quadro de Oficiais da Reserva. Autor do Livro Religião e Direitos Humanos na Policia Militar e Segue-me! Conectando-se ao Evangelho de Lucas.

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