PROVIDÊNCIA

“Portanto, não vos inquieteis com o dia de amanhã, pois o amanhã trará os seus cuidados; basta ao dia o seu próprio mal.” (Mateus 6:34).

Bom dia!

É possível ter paz e confiar na providência de Deus nos dias atuais? Podemos viver sem nos inquietar ou ficar ansiosos com o dia de amanhã? Uma vez que a Escritura é útil para ensinar a verdade, condenar o erro, corrigir as faltas e ensinar a maneira certa de viver (2 Timóteo 3:16), podemos olhar para ela e perguntar como devemos viver, como devemos nos comportar em tempos tão difíceis, de horizontes tão estreitos, quando é tão difícil, por vezes, ver a luz no final do túnel.

Em um mundo de lutas, dificuldades, incertezas e aflições, Jesus nos instrui a não ficarmos ansiosos nem nos inquietarmos com o dia de amanhã, pois basta a cada dia o seu próprio mal. De certa forma, a ansiedade e a inquietação pelo amanhã demonstram incredulidade, falta de confiança de que Deus está no controle.

O que podemos fazer? Como devemos viver? Como podemos enfrentar as ameaças que, tão persistentemente, resistem? Jesus nos ordena, antes de tudo, a buscar o reino e a justiça de Deus, pois, se nos ocuparmos com o reino de Deus e sua justiça, Deus proverá tudo o que necessitamos.

É preciso crer que Deus não é apenas um espectador da história humana. Segundo entenderam os antigos, Deus, o grande Criador de todas as coisas, sustenta, dirige, dispõe e governa todas as criaturas, ações e coisas, desde as maiores até as menores, por sua mais sábia e sagrada providência, de acordo com sua presciência infalível, e a liberdade e conselho imutável de sua vontade, para louvor e glória de sua sabedoria, poder, justiça, bondade e misericórdia.” (Confissão de Fé de Westminster, Capítulo 5.1).

O que Deus criou, Ele também sustenta. O universo não dependeu de Deus apenas em sua origem, depende, da mesma forma, para existir. Igualmente nós, não apenas recebemos o fôlego de vida de Deus, dependemos dele para viver, é Ele quem nos sustenta e nos mantém vivos. Para dizer de modo claro, estamos vivos pela misericórdia de Deus.

Deus faz a chuva cair sobre a terra e o sol brilhar. Ele veste os lírios do campo, alimenta os pardais e conta os cabelos de nossas cabeças. No governo de Deus não existem eventos casuais, não existem coincidências. Deus, no entanto, nos fez livres e não viola nossa liberdade. Dessa forma, nós também fazemos as coisas acontecerem. No entanto, nosso poder é secundário, está abaixo do poder e da vontade de Deus.

Quando os irmãos de José decidiram matá-lo e depois o venderam como escravo, eles o fizeram livremente. Entretanto, a providência de Deus estava em ação, acima da vontade deles e agiu para transformar o mal em um bem. Foi isso que o próprio José disse aos seus irmãos: “Agora, pois, não vos entristeçais, nem vos irriteis contra vós mesmos por me haverdes vendido para aqui; porque, para conservação da vida, Deus me enviou adiante de vós. Porque já houve dois anos de fome na terra, e ainda restam cinco anos em que não haverá lavoura nem colheita. Deus me enviou adiante de vós, para conservar vossa sucessão na terra e para vos preservar a vida por um grande livramento.” (Gênesis 45:5-7).

É verdade que estamos no meio de uma pandemia na qual ninguém pode dizer que está seguro e imune aos seus efeitos; é verdade que não conhecemos a doença, nem seus impactos. De fato, pouco sabemos. Por essa razão, se quisermos permanecer lúcidos e saudáveis, precisamos ouvir o conselho daquele que criou e sustenta todas as coisas e Ele nos diz que devemos nos acalmar, ser prudentes e confiar nele: “Não andeis ansiosos de coisa alguma; em tudo, porém, sejam conhecidas, diante de Deus, as vossas petições, pela oração e pela súplica, com ações de graças. E a paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará o vosso coração e a vossa mente em Cristo Jesus.” (Filipenses 4:6,7).