“Ao entrar Jesus no barco, suplicava-lhe o que fora endemoninhado que o deixasse estar com ele. Jesus, porém, não lho permitiu, mas ordenou-lhe: Vai para tua casa, para os teus. Anuncia-lhes tudo o que o Senhor te fez e como teve compaixão de ti. Então, ele foi e começou a proclamar em Decápolis tudo o que Jesus lhe fizera; e todos se admiravam.” (Marcos 5:18-20).
No início de minha caminhada cristã, quando entrava em confrontos de poder e era levado a lutar contra as trevas, frequentemente, antes de iniciar a luta, orava o texto de Efésios no qual Paulo detalha a armadura de Deus. Em minha oração, tomava peça por peça da armadura e me vestia dela: passava a mão na cintura e me cingia com a verdade, pegava a couraça da justiça e a vestia da mesma forma que fazia com meu colete balístico, passava as mãos em meus pés, como se estivesse a calçar as sandálias do Evangelho e, assim, peça por peça, me vestia da armadura de Deus.
Enquanto fazia isso, em meu íntimo, ficava com aquela impressão de que não era só isso. Havia alguma coisa naquele texto que eu não entendia. Será que a armadura é uma roupa que vestimos? Será que Deus está vestido com uma armadura romana, como costumamos a representar? Em nosso seminário sobre oração temos uma aula só para falar sobre a armadura de Deus. Se você quiser saber mais sobre oração, pode fazer sua inscrição, participar gratuitamente e, ao final, se participar de todo o seminário, ainda ganhar um livro de presente.
A armadura de Deus é mais do que um conjunto de equipamentos, é um estilo de vida que reflete a santidade de Deus, por isso Paulo diz: “Estai, pois, firmes, cingindo-vos com a verdade.” (Efésios 6:13). A verdade é o próprio Senhor Jesus. Assim como cingir as vestes, impediam o soldado de tropeçar, assim a verdade protege o discípulo de Jesus. A mentira, ao contrário, leva ao tropeço e à queda. Ninguém derrota o pai da mentira (João 8:44), o diabo, falando mentira ou agindo com falsidade.
“Vestidos com a couraça da justiça!” Pela fé em Jesus Cristo somos justificados diante de Deus, isto é, somos declarados justos e reconciliados com o Pai (Romanos 5:1). Salvos em Cristo, somos transportados, do império das trevas, para o reino do Filho do seu amor (Colossenses 1:13). Logo, o diabo não tem mais autoridade sobre nós. A justiça que recebemos graciosamente pela fé, deve ser praticada dia a dia, pois, não pode dizer que está vestido com a justiça aquele que pratica a injustiça.
Paulo continua a descrever a armadura de Deus nos ordenando a calçar os pés com a preparação do Evangelho da paz. Isso diz respeito tanto ao conhecimento e manejo da Palavra, como da prontidão que deve ter aquele que está em Cristo. O Evangelho é a base firme sobre a qual podemos agir. O capacete da salvação diz respeito à certeza que temos da nossa salvação, bem como a sujeição de nossa consciência à Palavra de Deus.
O escudo da fé, Paulo nos diz, apaga os dardos inflamados do maligno. Quando o diabo ataca com suas mentiras e sofismas, quando ele tenta induzir o pensamento e sugestionar, é a fé que apaga suas mentiras e destrói os seus sofismas. Por fim, Paulo nos diz que a Palavra de Deus é a espada do Espírito, não do meu espírito, mas do Espírito Santo, que usa a Palavra que está em mim, em minha boca e coração, como arma de ataque contra as trevas. Jesus usou a Palavra para derrotar Satanás: “Também está escrito!” A Palavra de Deus proclamada em nome de Jesus (Marcos 16:17) é a arma mais poderosa que o discípulo de Jesus possui.
Assim como alguém olha para uma pessoa comum fardada e reconhece nela o Estado, assim os poderes espirituais da maldade olham para uma pessoa comum vestida com a santidade de Deus e a veem como o próprio Jesus, por isso se submetem. Mais do que um conjunto de peças de uniforme, a armadura de Deus é seu próprio caráter, sua santidade. Vestir-se da armadura, é vestir-se de santidade, é ser como o próprio Jesus é.
Se você foi declarado justificado por Deus e pratica a justiça, está comprometido com a verdade, tem a consciência governada pela Palavra de Deus, crê no Senhor e maneja bem sua Palavra, dirige sua vida e toma decisões orientado pelos Evangelhos, você está em condições de combate. Só isso? Não! Paulo nos diz para orar o tempo todo no Espírito e vigiar com toda a perseverança.
Assim, voltando ao texto inicial desta série, quando um espírito imundo se aproxima e sinto a sua presença desagradável, pois estou de prontidão, passo, imediatamente, para o ataque; se ele tenta manipular minha mente com uma “sugestão” do tipo: “Eu sou um fracassado mesmo”, imediatamente, eu luto contra a seta inflamada, e digo: “De modo nenhum, mentiroso, a Bíblia diz que eu sou mais do que vencedor em Cristo Jesus, que sou como árvore plantada à beira do rio e que em tudo que fizer, eu prosperarei!” Atento e resistindo, vigiando e orando, você não permitirá que ele se aproxime e prevaleça.