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PERTURBADORES

“E, mandando-os sair do Sinédrio, consultavam entre si, dizendo: Que faremos com estes homens? Pois, na verdade, é manifesto a todos os habitantes de Jerusalém que um sinal notório foi feito por eles, e não o podemos negar.” (Atos 4:15,16).

Bom dia!

Em princípio, a reação das autoridades judaicas em relação às atividades dos Apóstolos nos parece muito severa, pois a cura do coxo de nascença foi um grande ato de bondade e de misericórdia. Somos levados a pensar na perversidade dos sacerdotes, dos escribas e dos anciãos que, em vez de glorificar a Deus pelo grande sinal, mandaram prender e interrogaram os discípulos.

O que fica, de certa forma, escondido por detrás dos fatos é a denúncia dos Apóstolos contra a perversidade da liderança judaica: eles mataram o Autor da Vida! Ao anunciar a chegada do Messias, João Batista também denunciou o pecado de Herodes. João não poupava palavras para criticar o comportamento pecaminoso do governador da Galileia: “Pois João lhe dizia: Não te é lícito possuir a mulher de teu irmão. E Herodias o odiava, querendo matá-lo, e não podia.” (Marcos 6:18,19).

Elias também foi chamado por Acabe como “Perturbador de Israel”, porque o profeta denunciava os seus pecados: “Então, foi Obadias encontrar-se com Acabe e lho anunciou; e foi Acabe ter com Elias. Vendo-o, disse-lhe: És tu, ó perturbador de Israel?” (1 Reis 18:16,17).

Quando Paulo e Silas chegaram a Tessalônica, os judeus, movidos de inveja, arrastaram Jasom, um apoiador dos Apóstolos, perante as autoridades e o acusaram: “Estes que têm transtornado o mundo chegaram também aqui.” (Atos 17:6).

Além da inveja e do apego ao poder, a ação da liderança judaica contra Pedro e João foi uma retaliação contra a acusação de que eles haviam matado Jesus. Enquanto as autoridades reagiam com ira, as multidões ouviam, com gosto, a mensagem e se convertiam a Jesus: “Muitos, porém, dos que ouviram a palavra a aceitaram, subindo o número de homens a quase cinco mil.” (Atos 4:4).

Hoje em dia, podemos sentir a falta de duas coisas na Igreja: discípulos de Jesus que denunciem o pecado de seus líderes e multidões aderindo à mensagem da cruz. John Wesley disse certa vez que “Os homens bons evitam o pecado por amor à virtude; os homens maus evitam o pecado pelo medo da punição.”

Divórcio, aborto, imoralidade, corrupção, incredulidade, idolatria e todo o tipo de pecado e maldade estão por toda parte, integram a vida normal. Parece que, a cada dia, ficam mais raros aqueles que fogem do pecado por amor à virtude e por medo da punição.

O estilo de vida contemporâneo assumiu o pecado como normal. Estamos a testemunhar uma geração que se conforma com o mundo, que chama a luz de trevas e as trevas de luz. Que Deus, em sua misericórdia, levante perturbadores do mundo como Elias, Paulo e Silas, Pedro e João.

Cel. Cícero Nunes

Cel. Cícero Nunes

Professor Estudo Bíblico

Cícero Nunes Moreira é casado com Cibele Mattiello da Rocha Moreira. Ordenado ao ministério sacerdotal há vinte e cinco anos, autor e Pastor na Igreja Evangélica Vida com com Cristo e capelão voluntário na Policia Militar de Minas Gerais com atuação, principalmente na Academia de Policia Militar e no Hospital da Policia Militar. Mestre em Ciências da Religião pela PUC Minas e Coronel do Quadro de Oficiais da Reserva. Autor do Livro Religião e Direitos Humanos na Policia Militar e Segue-me! Conectando-se ao Evangelho de Lucas.

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