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“Onde, pois, a jactância? Foi de todo excluída. Por que lei? Das obras? Não; pelo contrário, pela lei da fé. Concluímos, pois, que o homem é justificado pela fé, independentemente das obras da lei. Romanos 3:27-28.” (Romanos 3:27,28).

Bom dia!

Você já sabe que o tema da carta de Paulo aos Romanos é a justificação pela fé. Por essa razão, ele insiste nesse assunto que deseja esclarecer. Jactância, segundo o dicionário, é a atitude de alguém que tem arrogância e alta opinião de si mesmo; vaidade, orgulho, ostentação. Paulo afirma que a jactância de ser judeu, portador dos oráculos de Deus, foi totalmente excluída pela fé.

Ao escrever para a Igreja em Corinto, ele diz que Deus escolheu as coisas que não são, as coisas humildes e desprezadas, para reduzir a nada as coisas que são, para que ninguém se vanglorie, para que não haja jactância: “Deus escolheu as coisas loucas do mundo para envergonhar os sábios e escolheu as coisas fracas do mundo para envergonhar as fortes; e Deus escolheu as coisas humildes do mundo, e as desprezadas, e aquelas que não são, para reduzir a nada as que são; a fim de que ninguém se vanglorie na presença de Deus.” (1 Coríntios 1:27-29).

Deus não tem dono! Como escreveu Moisés, “o Senhor, vosso Deus, é o Deus dos deuses e o Senhor dos senhores, o Deus grande, poderoso e temível, que não faz acepção de pessoas, nem aceita suborno.” (Deuteronômio 10:17). O que Paulo deseja ensinar é que Deus não é propriedade exclusiva de ninguém; Ele não está subordinado a nenhuma tradição religiosa, nenhuma ordem ou denominação; ninguém tem o direito de se jactar de ter Deus e desprezar os outros.

É importante ressaltar que Paulo não é contra a lei; ele também não está advogando o desprezo ou a desobediência à lei. Em primeiro lugar a lei é importante pois revela o pecado e exige a aplicação do castigo. Em segundo lugar, a lei serviu de preceptor para conduzir a humanidade a Cristo: “De maneira que a lei nos serviu de aio, para nos conduzir a Cristo, para que pela fé fôssemos justificados.” (Gálatas 3:24).

O fato é que, mesmo quando o homem consegue, razoavelmente, praticar a lei, ele não o faz suficientemente para obter a justificação. Por isso, ao dizer que o homem é justificado pela fé, “independentemente das obras da lei”, Paulo está a invalidar argumentos do tipo: “Mas eu me esforço”; “faço o melhor que posso”; “tenho uma vida decente”; e outros semelhantes.

O que fica claro é que, ao final, tudo depende da misericórdia de Deus. Além disso, se alguém com suas obras fosse capaz de alcançar a justiça exigida por Deus, não haveria necessidade da encarnação, morte e ressurreição do Filho de Deus. Aquele que deseja pagar sua dívida para com Deus por meio da prática das obras estará, em última análise, a dizer: “Eu não preciso de um Salvador; Jesus não precisaria ter morrido por mim; Ele apenas perdeu tempo e fez um sacrifício desnecessário.”

Você pode até pensar assim, mas terá que enfrentar as consequências do pecado e o decreto de Deus, pois, “O salário do pecado é a morte.” (Romanos 6:23). Mesmo que você seja muito bem-sucedido e seja considerado pelos homens como um modelo de virtude, ainda assim, carecerá da graça de Deus. Como disse João Crisóstomo (349 – 407), arcebispo de Constantinopla, “Mesmo que estejamos no auge da virtude, é pela misericórdia que seremos salvos.” Você pode confiar em si mesmo e se jactar de suas obras nas redes sociais, pode receber muitos likes e seguidores e monetizar com sua jactância, porém, nem o dinheiro, nem a louvação dos homens garantirão a aprovação de Deus, não determinarão sua justificação.

Cel. Cícero Nunes

Cel. Cícero Nunes

Professor Estudo Bíblico

Cícero Nunes Moreira é casado com Cibele Mattiello da Rocha Moreira. Ordenado ao ministério sacerdotal há vinte e cinco anos, autor e Pastor na Igreja Evangélica Vida com com Cristo e capelão voluntário na Policia Militar de Minas Gerais com atuação, principalmente na Academia de Policia Militar e no Hospital da Policia Militar. Mestre em Ciências da Religião pela PUC Minas e Coronel do Quadro de Oficiais da Reserva. Autor do Livro Religião e Direitos Humanos na Policia Militar e Segue-me! Conectando-se ao Evangelho de Lucas.

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