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O PECADO DE NOSSOS PAIS[1]

“Então, a serpente disse à mulher: É certo que não morrereis. Porque Deus sabe que no dia em que dele comerdes se vos abrirão os olhos e, como Deus, sereis conhecedores do bem e do mal.” (Gênesis 3:4,5).

Bom dia!

Ao longo da história, Deus se relaciona conosco principalmente por meio de sua Palavra. É interessante observar que os Mandamentos nem sempre foram os mesmos para todos. Enquanto temos a Bíblia completa para nos instruir, Adão e Eva receberam apenas um Mandamento de Deus: “E o Senhor Deus lhe deu esta ordem: De toda árvore do jardim comerás livremente, mas da árvore do conhecimento do bem e do mal não comerás; porque, no dia em que dela comeres, certamente morrerás.” (Gênesis 2:16,17).

Embora tenha sido dado apenas um Mandamento, ele era suficiente para orientar toda a conduta dos nossos primeiros pais, determinar quem era Deus, quem era o homem, qual o papel de cada um no relacionamento e estabelecer o fundamento moral para a humanidade.

Existe muita discussão a respeito da queda e, frequentemente, ouvimos alguém falar que o homem caiu porque comeu a maçã. Porém, a Bíblia não especifica que fruto Adão e Eva comeram. Não havia nada de errado com o fruto em si. Ele não estava envenenado, nem encantado. O foco não estava no fruto, mas no Mandamento. O pecado pelo qual nossos primeiros pais caíram foi sua desobediência ao claro mandamento de Deus.

Seu pecado, entretanto, é bem maior do que a desobediência. Ao comerem do fruto, Homem e Mulher iniciaram uma rebelião contra Deus que os havia, expressamente, proibido de comer do fruto. Além disso, eles traíram o Criador, ao conspirar com o diabo, inimigo de Deus. Seu pecado envolve ambição, pois desejaram um estado acima daquele designado para eles, desejaram ser como Deus.

Ao comer do fruto para satisfazer os desejos da carne, eles praticaram o pecado da luxúria. Homem e mulher foram ingratos, pois Deus lhes havia dado todas as demais árvores do jardim. Foram incrédulos, pois não tomaram seriamente a advertência feita por Deus de que morreriam. Por fim, ao trazerem a morte para si e para sua posteridade, foram culpados de morte.

O homem era perfeitamente livre e capaz de obedecer ou desobedecer e não havia nada, nem ninguém que fosse capaz de coagi-lo a fazer uma coisa ou outra. Nem mesmo a serpente era capaz de obrigá-lo a desobedecer a Deus. Vimos, entretanto, que Satanás estava livre para tentá-los. Foi por essa razão, que Deus os ordenou que guardassem sua casa (Gênesis 2:15).

Criados perfeitamente capazes de resistir, obedecer ou desobedecer, Adão e Eva tinham o poder para expulsar a serpente de sua casa e não precisavam de ajuda para isso. Homem e mulher receberam autoridade para dominar sobre os peixes do mar, sobre as aves do céu e sobre todo animal que rastejava sobre a terra. Como regentes da criação, caso decidissem repreender e expulsar a serpente ela teria que obedecê-los.

Segundo o teólogo Wayne Grudem[2] (2019), o pecado trouxe novas respostas para as perguntas: O que é a verdade? O que é certo? E, Quem sou eu? Ao responder “O que é a verdade”, o pecado atingiu as bases do conhecimento, pois colocou em dúvida o mandamento de Deus. Eva decidiu duvidar da sinceridade e da verdade do Mandamento de Deus e escolheu, por meio da experiência pessoal, verificar se Deus havia falado a verdade.

Ao responder “O que é certo”, o pecado atingiu a base do fundamento moral da humanidade, mudou sua concepção acerca do que é certo e do que é errado. Em vez de Deus determinar o que é certo e o que é errado, Adão e Eva decidiram que seriam como Deus (Gênesis 3:5) e confiaram em sua própria avaliação para determinar o que é correto e bom para eles, em vez de aceitar que o Mandamento de Deus estabelecesse esse parâmetro.

Ao responder a pergunta “Quem sou eu”, o pecado afetou a identidade do homem e seu relacionamento com Deus. “A resposta certa seria aquela que diz que Adão e Eva eram criaturas de Deus, dependentes dele e sempre subordinadas a Ele como Criador e Senhor, mas Eva, e, depois, Adão, cederam à tentação de ser “como Deus” (Gênesis 3:5).

Nossos primeiros pais caíram do estado em que foram criados quando desobedeceram a Deus e comeram do fruto proibido. Da mesma forma como fez com Adão e Eva, Deus continua a nos propor a vida e o bem, a morte e o mal: “Vê que proponho, hoje, a vida e o bem, a morte e o mal; se guardares o mandamento que hoje te ordeno, que ames o Senhor, teu Deus, andes nos seus caminhos, e guardes os seus mandamentos, e os seus estatutos, e os seus juízos, então, viverás e te multiplicarás, e o Senhor, teu Deus, te abençoará na terra à qual passas para possuí-la.” (Deuteronômio 30:15,16).

Deus nos deixou Mandamentos claros e equipou você com tudo o que precisa para escolhê-lo. Esta é uma decisão pessoal, livre e com consequências eternas. Escolha a vida!

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[1] PERGUNTA 15: Qual foi o pecado pelo qual nossos primeiros pais caíram do estado em que foram criados? RESPOSTA: O pecado pelo qual nossos primeiros pais caíram do estado em que foram criados foi comerem do fruto proibido.
[2] GRUDEM, Wayne. Teologia Sistemática ao alcance de todos. Rio de Janeiro: Thomas Nelson Brasil, 2019. Edição do Kindle.

Cel. Cícero Nunes

Cel. Cícero Nunes

Professor Estudo Bíblico

Cícero Nunes Moreira é casado com Cibele Mattiello da Rocha Moreira. Ordenado ao ministério sacerdotal há vinte e cinco anos, autor e Pastor na Igreja Evangélica Vida com com Cristo e capelão voluntário na Policia Militar de Minas Gerais com atuação, principalmente na Academia de Policia Militar e no Hospital da Policia Militar. Mestre em Ciências da Religião pela PUC Minas e Coronel do Quadro de Oficiais da Reserva. Autor do Livro Religião e Direitos Humanos na Policia Militar e Segue-me! Conectando-se ao Evangelho de Lucas.

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