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NUNCA DESISTA

“Jesus, vendo-o deitado e sabendo que estava assim há muito tempo, perguntou-lhe: Queres ser curado? Respondeu-lhe o enfermo: Senhor, não tenho ninguém que me ponha no tanque, quando a água é agitada; pois, enquanto eu vou, desce outro antes de mim. Então, lhe disse Jesus: Levanta-te, toma o teu leito e anda.” (João 5:6-8).

Bom dia!

O Evangelho de João relata que havia em Jerusalém, próximo a Porta das Ovelhas, um tanque, chamado em hebraico de Betesda. A palavra, segundo o dicionário, tem dois significados: “casa de misericórdia” ou “casa da água que flui.”

Segundo João, uma multidão de enfermos, cegos, coxos e paralíticos ficavam deitados ao redor da “casa de misericórdia”, pois, de tempos em tempos, um anjo descia e agitava as águas do tanque. Neste momento, o primeiro que entrava no tanque, ficava curado de qualquer doença. Era a corrida da cura.

Deitados ao redor do tanque, os doentes podiam, facilmente, se distrair e até dormir. Como o evento não possuía hora marcada, certamente exigia muita vigilância e persistência daquele que buscava a cura.

Ao subir para a festa em Jerusalém, Jesus chegou ao tanque. Estava ali um homem enfermo havia trinta e oito anos. É provável que, após tantos anos, ele já tivesse seu lugar marcado e as pessoas o conhecessem pelo nome, embora João não o tenha revelado. Durante as festas em Jerusalém, a cidade ficava repleta de multidões. Por isso, é possível que o enfermo tenha se tornado invisível. As pessoas passavam por ele sem se importar com suas necessidades. Ele, porém, perseverava naquela posição ano após ano.

É certo que ele assistiu muitos milagres: cegos, coxos e outros doentes entraram no tanque e saíram glorificando a Deus. Sua doença, entretanto, o imobilizava naquele lugar. Ele pode até ter visto as águas serem agitadas diversas vezes antes que outros enfermos vissem, mas sua situação o impedia de se deslocar, rapidamente, e entrar na água. O tempo foi passando, passando e passaram-se trinta e oito anos, mas ele não desistiu, sua esperança estava em Betesda, na casa da misericórdia.

Trinta e oito anos! Quantas vezes ele deve ter tentado chegar ao tanque? Quantos milagres assistiu? Quantas vezes pensou que conseguiria? Por que não desistiu? Por que permaneceu por trinta e oito anos no mesmo lugar a vigiar as águas?

A verdade é que ele poderia, após algum tempo em Betesta, ter concluído que nunca venceria a corrida da cura. Sua esperança, porém, o fez permanecer no tanque por trinta e oito anos: “Amanhã eu consigo, minha vez vai chegar.” Trinta e oito anos de persistência, trinta e oito anos em oração. Por ser um judeu crente, certamente, ele apresentava sua oração a Deus três vezes por dia e pedia para ser curado.

Jesus se aproximou dele e fez uma misteriosa pergunta: “Queres ser curado?” Ele estava adaptado àquela vida, podia estar conformado e resignado com aquela condição. Alguém lhe dava comida, ele tinha seu cantinho para dormir, logo, a cura seria uma mudança radical em sua vida.

“Queres ser curado?” Algumas pessoas se acostumam com a posição de sofredor e gostam do papel da vítima, ficam acomodadas. A pergunta de Jesus, portanto, é muito boa, pois respeita a liberdade e a vontade do doente. “Senhor, não tenho ninguém que me ponha no tanque, quando a água é agitada; pois, enquanto eu vou, desce outro antes de mim.” Senhor, não tenho ninguém que me ajude. Jesus, porém, durante trinta e oito anos, havia escutado suas orações e foi, pessoalmente, dar a resposta: “Levanta-te, toma o teu leito e anda.”

Não devemos desistir de nossos sonhos, nem parar de lutar; não devemos interromper nossas orações, nem murmurar, mesmo se a resposta demora. Devemos perseverar em nossa busca e manter dentro de nós, mesmo em face de toda a dificuldade, a chama da esperança acesa. Devemos ter a certeza de que Deus sempre nos ouve.

Cel. Cícero Nunes

Cel. Cícero Nunes

Professor Estudo Bíblico

Cícero Nunes Moreira é casado com Cibele Mattiello da Rocha Moreira. Ordenado ao ministério sacerdotal há vinte e cinco anos, autor e Pastor na Igreja Evangélica Vida com com Cristo e capelão voluntário na Policia Militar de Minas Gerais com atuação, principalmente na Academia de Policia Militar e no Hospital da Policia Militar. Mestre em Ciências da Religião pela PUC Minas e Coronel do Quadro de Oficiais da Reserva. Autor do Livro Religião e Direitos Humanos na Policia Militar e Segue-me! Conectando-se ao Evangelho de Lucas.

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