“Onde está Deus, que me fez, que inspira canções de louvor durante a noite, que nos ensina mais do que aos animais da terra e nos faz mais sábios do que as aves dos céus?” (Jó 35:10,11).
Bom dia!
Quando tinha dezessete anos, um amigo chegou com um violão onde costumávamos ficar conversando, jogando xadrez e gastando o tempo sem fazer nada. Por alguma misteriosa razão, naquele dia ele me ensinou dois acordes e me emprestou o violão. Acredito que toquei aqueles dois acordes durante toda a semana e fiz do violão um grande amigo. Passado algum tempo, o repertório foi crescendo a ponto de ficarmos a noite inteira assentados na esquina tocando violão e cantando.
Segundo se conta, o rei Davi, após passar o dia em suas atividades reais, estudava as Escrituras até meia noite. Depois, ele pegava seus instrumentos e cantava louvores a Deus até o dia amanhecer. Desse seu consagrado estilo de vida, nasceu o Livro dos Salmos, um grande presente de Deus para nós.
Para enfrentar sofrimentos, abismos e lutas, o salmista se medicava com seus cânticos: “Um abismo chama outro abismo, ao fragor das tuas catadupas; todas as tuas ondas e vagas passaram sobre mim. Contudo, o Senhor, durante o dia, me concede a sua misericórdia, e à noite comigo está o seu cântico, uma oração ao Deus da minha vida.” (Salmos 42:7,8).
Como alguém disse certa vez, música é medicina, é remédio que espanta os males. Na Igreja, costumamos declarar que o louvor liberta. Esta é uma verdade que já experimentei como um milagre ao louvar a Deus, e sentir a dor ser retirada com a mão, o peso a sair, imediatamente, das costas.
Por algum mistério tremendo, há sempre uma música soando dentro de nós, a música do coração. Dificilmente, há um silêncio absoluto. Com você é assim? Creio que essa música interna é parte do nosso chamado para glorificar a Deus, nossa vocação para adorá-lo, uma inspiração do próprio Deus.
Eliú, o amigo de Jó, disse-lhe que Deus, durante a noite, inspira canções de louvor. Na segurança do palácio ou nos perigos noturnos do pastoreio, na alegria de uma benção recebida ou em meio às lágrimas de pesar, Deus nos inspira a louvá-lo e faz maravilhas, milagres acontecem quando louvamos.
Segundo a Escritura Sagrada, após concluir o templo, Salomão fez subir a arca da Aliança do Senhor e a colocou no Santo dos Santos. Estavam com ele os sacerdotes e os levitas com seus címbalos, alaúdes, harpas e trombetas: “E quando em uníssono, a um tempo, tocaram as trombetas e cantaram para se fazerem ouvir, para louvarem o Senhor e render-lhe graças; e quando levantaram eles a voz com trombetas, címbalos e outros instrumentos musicais para louvarem o Senhor, porque ele é bom, porque a sua misericórdia dura para sempre, então, sucedeu que a casa, a saber, a Casa do Senhor, se encheu de uma nuvem; de maneira que os sacerdotes não podiam estar ali para ministrar, por causa da nuvem, porque a glória do Senhor encheu a Casa de Deus.” (2 Crônicas 5:13,14).
O grande compositor alemão Johann Sebastian Bach (1685 – 1750) escreveu nas margens de sua Bíblia, próximo desse texto: “Onde há música devocional, Deus está sempre presente com sua graça.” (Johann Sebastian Bach). Deus não somente colocou a música em nosso coração, mas nos inspira a adorá-lo. Quando você faz isso, mesmo que não perceba, a nuvem de Deus, sua glória, vem e enche sua vida. Como ensinou Davi, Deus está entronizado entre os louvores de Israel. (Salmo 22:3).
Cel. Cícero Nunes
Professor Estudo Bíblico
Cícero Nunes Moreira é casado com Cibele Mattiello da Rocha Moreira. Ordenado ao ministério sacerdotal há vinte e cinco anos, autor e Pastor na Igreja Evangélica Vida com com Cristo e capelão voluntário na Policia Militar de Minas Gerais com atuação, principalmente na Academia de Policia Militar e no Hospital da Policia Militar. Mestre em Ciências da Religião pela PUC Minas e Coronel do Quadro de Oficiais da Reserva. Autor do Livro Religião e Direitos Humanos na Policia Militar e Segue-me! Conectando-se ao Evangelho de Lucas.
