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LEVANTANDO O EXERCÍTO

“Então, lhes disse: Estais vendo a miséria em que estamos, Jerusalém assolada, e as suas portas, queimadas; vinde, pois, reedifiquemos os muros de Jerusalém e deixemos de ser opróbrio. E lhes declarei como a boa mão do meu Deus estivera comigo e também as palavras que o rei me falara. Então, disseram: Disponhamo-nos e edifiquemos. E fortaleceram as mãos para a boa obra.” (Neemias 2:17,18).

Bom dia!

Recentemente, um amigo me comunicou que estava lutando contra o COVID-19. Quando fez isso, ele já estava em processo de melhora. Perguntei-lhe por que ele não havia pedido oração e ele me respondeu que preferia enfrentar sozinho. Você enfrenta suas batalhas sozinho ou pede ajuda?

Como muitas vezes falo, quando estava no serviço ativo da polícia, gostava de fugir da papelada e participar das atividades de rua. Às vezes, fazia isso apenas com o motorista, às vezes entrava em uma operação com o turno. Há tarefas que fazemos sozinhos com segurança e resultado, porém há tarefas que demandam todo o exército. Os clássicos de futebol, eleições e outras atividades extraordinárias exigiam muita preparação e recursos.

Neemias travou e venceu sua primeira batalha sozinho, em secreto, dia e noite, com choro, oração e jejum. No entanto, para reedificar os muros da cidade, ele precisaria de um exército e precisaria convencê-lo a fazer isso. Ao chegar em Jerusalém com uma escolta armada e muitos recursos, Neemias deve ter chamado a atenção e despertado a curiosidade dos moradores. Por mais estranho que isso possa parecer, as autoridades em Jerusalém e os habitantes da cidade, simplesmente, não viam o que Neemias viu, não enxergavam aquela necessidade.

Havia cerca de cem anos, em 538 a.C., que os judeus haviam subido para Jerusalém sob o comando de Zorobabel para reedificar o Templo. Em 458 a.C., Treze anos antes da chegada de Neemias, Esdras havia retornado com o segundo grupo de judeus e restaurado a adoração. O próprio Esdras e as pessoas que o receberam estavam na cidade quando Neemias chegou. Como não era uma tarefa para ser feita em secreto, Neemias precisava compartilhar com todos sua percepção dos fatos e convocá-los para a tarefa, por isso lhes disse: “Vocês estão vendo a miséria em que estamos, Jerusalém assolada, e as portas, queimadas; venham, então, vamos reedificar os muros de Jerusalém e deixar de ser esse vexame.”

Após mostrar-lhes o que eles não estavam a ver e mobilizá-los, Neemias testemunhou-lhes como a boa mão de Deus estava com ele e como o rei havia concordado com tudo. Algumas vezes, começamos nossos empreendimentos sem orar e sem saber qual a vontade de Deus. Noutras, somos muito abençoados e temos a convicção de que Deus está a nos conduzir, porém, não lhe tributamos a glória devida.

Em vez de se vangloriar e tirar vantagem de sua posição e poder, Neemias testemunhou-lhes a razão de tudo o que eles estavam presenciando: a boa mão de Deus estava com ele. Embora pareça que os moradores da cidade estivessem acomodados e relaxados, sob a liderança de Esdras eles haviam tentado reedificar os muros, porém, houve forte oposição e eles pararam.

Grandes transformações podem ter começos simples, inesperados e envolver pessoas comuns, como foi o caso do movimento de Direitos Civis dos Estados Unidos que se iniciou porque uma mulher se recusou a obedecer a ordem de ocupação de lugares nos ônibus. O copeiro do rei não planejou reedificar os muros de Jerusalém, foi dirigido por Deus a fazer o que fez. Sua chegada em Jerusalém fortaleceu e reanimou os moradores da cidade, que disseram: “Disponhamo-nos e edifiquemos. E fortaleceram as mãos para a boa obra.” (Neemias 2:18).

Conseguimos realizar muitas tarefas sozinhos, mas há tarefas que necessitam de todo o exército. Sabemos, porém, que de um vale de ossos secos, Deus pode levantar um grande exército.

Cel. Cícero Nunes

Cel. Cícero Nunes

Professor Estudo Bíblico

Cícero Nunes Moreira é casado com Cibele Mattiello da Rocha Moreira. Ordenado ao ministério sacerdotal há vinte e cinco anos, autor e Pastor na Igreja Evangélica Vida com com Cristo e capelão voluntário na Policia Militar de Minas Gerais com atuação, principalmente na Academia de Policia Militar e no Hospital da Policia Militar. Mestre em Ciências da Religião pela PUC Minas e Coronel do Quadro de Oficiais da Reserva. Autor do Livro Religião e Direitos Humanos na Policia Militar e Segue-me! Conectando-se ao Evangelho de Lucas.

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