“Assim também Cristo, tendo-se oferecido uma vez para sempre para tirar os pecados de muitos, aparecerá segunda vez, sem pecado, aos que o aguardam para a salvação.” (Hebreus 9:28)
Bom dia!
Quando declarou que o salário do pecado é a morte, Deus não estava a brincar. Quando ordenou a Adão que não comesse da árvore do conhecimento do bem e do mal, porque no dia que dela comesse certamente morreria, Deus não estava a dizer metáforas. Deus não é um Pai a implorar para que seus filhos lhe obedeçam ou que mudem de atitude enquanto conta até dez. Não é assim, Deus não faz isso. Bastou uma desobediência para que o salário fosse pago e o homem sofresse as consequências.
Embora minimizemos o pecado e sejamos indulgentes, Deus trata o pecado com todo o rigor, por isso impôs uma barreira a impedir nosso acesso a sua presença: “Eis que a mão do Senhor não está encolhida, para que não possa salvar; nem surdo o seu ouvido, para não poder ouvir. Mas as vossas iniquidades fazem separação entre vós e o vosso Deus; e os vossos pecados encobrem o seu rosto de vós, para que vos não ouça.” (Isaías 59:1,2).
O pecado age em nós de duas maneiras: por um lado, estamos impotentes e incapazes de acessar a presença de Deus; por outro, não temos mais nem alegria, nem desejo de estar em sua presença. Você deve saber que Deus, que é Santo, Santo, Santo, não permite que pecadores entrem em sua presença. Além disso, quando acessamos a presença de Deus, o pecado provoca medo e vergonha em nós: “Quando ouviram a voz do Senhor Deus, que andava no jardim pela viração do dia, esconderam-se da presença do Senhor Deus, o homem e sua mulher, por entre as árvores do jardim.” (Gênesis 3:8).
É por essa razão que Deus veio ao nosso encontro, que o Filho de Deus se fez Filho do Homem. Aquele que, cheio de glória e poder, falava com Deus face a face, se esvaziou e abriu mão de sua glória para falar conosco face a face: “E o Verbo se fez carne e habitou entre nós, cheio de graça e de verdade, e vimos a sua glória, glória como do unigênito do Pai.” (João 1:14). Você pode duvidar, porém, a manifestação do Filho do Homem era, absolutamente, necessária: “Por isso mesmo, convinha que, em todas as coisas, se tornasse semelhante aos irmãos, para ser misericordioso e fiel sumo sacerdote nas coisas referentes a Deus e para fazer propiciação pelos pecados do povo.” (Hebreus 2:17).
Cristo veio nos salvar como Profeta, Sacerdote e Rei, porém, é possível que o ofício que mais facilmente pode ser entendido seja seu trabalho por nós como Sumo Sacerdote.[1] No Antigo Testamento, Deus instituiu o sacerdote com a função de mediador entre Deus e os homens. Com seu trabalho, ele estava sempre a reconciliar o pecador com Deus. Os efeitos dessa reconciliação, entretanto, não eram permanentes, pois, escravo do pecado, o homem pecava continuamente.
Além disso, o ofício sacerdotal era interrompido por meio da morte, pois, o próprio sacerdote era pecador e estava sujeito aos efeitos do pecado. Para completar, o sacrifício de animais não bastava para a promoção de uma justiça definitiva. Uma vez que o pecado no Éden foi praticado pelo homem, o primeiro Adão, a justiça exigia que um homem sem pecado morresse para satisfazer a justiça de Deus. Por essa razão, Cristo, o Cordeiro de Deus, o segundo Adão, ao mesmo tempo, oferta pelo pecado e Sumo Sacerdote, Justo e Justificador, ofereceu-se, de uma vez por todas a Deus, na cruz do calvário.
O profeta Isaías nos diz que Cristo, contado com os transgressores, levou sobre si o pecado de muitos: “Por isso, eu lhe darei muitos como a sua parte, e com os poderosos repartirá ele o despojo, porquanto derramou a sua alma na morte; foi contado com os transgressores; contudo, levou sobre si o pecado de muitos e pelos transgressores intercedeu.” (Isaías 53:12).
Se você pensa que a obra de Cristo terminou e que Ele está assentado, tranquilamente, em seu trono no céu, você está enganado. Comprometido totalmente com a humanidade, Jesus vive em seu benefício: “Por isso, também pode salvar totalmente os que por ele se chegam a Deus, vivendo sempre para interceder por eles.” (Hebreus 7:25).
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[1] PERGUNTA 25: Como Cristo exerce as funções de sacerdote? RESPOSTA: Cristo exerce as funções de sacerdote oferecendo-se, uma só vez, em sacrifício, para satisfazer a justiça divina e reconciliar-nos com Deus e fazendo contínua intercessão por nós.
Cel. Cícero Nunes
Professor Estudo Bíblico
Cícero Nunes Moreira é casado com Cibele Mattiello da Rocha Moreira. Ordenado ao ministério sacerdotal há vinte e cinco anos, autor e Pastor na Igreja Evangélica Vida com com Cristo e capelão voluntário na Policia Militar de Minas Gerais com atuação, principalmente na Academia de Policia Militar e no Hospital da Policia Militar. Mestre em Ciências da Religião pela PUC Minas e Coronel do Quadro de Oficiais da Reserva. Autor do Livro Religião e Direitos Humanos na Policia Militar e Segue-me! Conectando-se ao Evangelho de Lucas.