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“Disse o Senhor ao meu senhor: Assenta-te à minha direita, até que eu ponha os teus inimigos debaixo dos teus pés. O Senhor enviará de Sião o cetro do seu poder, dizendo: Domina entre os teus inimigos. Apresentar-se-á voluntariamente o teu povo, no dia do teu poder; com santos ornamentos, como o orvalho emergindo da aurora, serão os teus jovens.” (Salmos 110:1-3).

Bom dia!

Estamos acostumados a ser dirigidos por aquilo que vemos e insistimos em verificar e conferir tudo, se possível, tocar. É famoso o ditado “só acredito vendo.” Para nós, embora seja uma contradição, ver é crer. Somos os modernos devotos de Tomé. É comum que as estruturas de poder e governo sejam visíveis e ostentosas, pois os homens gostam de pompa e circunstância. O reino de Deus, no entanto, não é assim.

Por entender o coração do homem, a Escritura nos adverte quanto ao valor da aparência e da posição no reino de Deus: “Meus irmãos, não tenhais a fé em nosso Senhor Jesus Cristo, Senhor da glória, em acepção de pessoas. Se, portanto, entrar na vossa sinagoga algum homem com anéis de ouro nos dedos, em trajos de luxo, e entrar também algum pobre andrajoso, e tratardes com deferência o que tem os trajos de luxo e lhe disserdes: Tu, assenta-te aqui em lugar de honra; e disserdes ao pobre: Tu, fica ali em pé ou assenta-te aqui abaixo do estrado dos meus pés, não fizestes distinção entre vós mesmos e não vos tornastes juízes tomados de perversos pensamentos?” (Tiago 2:1-4).

Naquele tempo, os israelitas aguardavam e ansiavam por um rei glorioso, o Ungido de Deus cheio de poder e autoridade que, imediatamente, libertaria Israel e restauraria sua glória. Por essa razão, não reconheceram o Rei humilde, que não vivia nos palácios, mas entre pobres e pecadores. O Rei de Israel, o grande Rei de toda a terra, é manso e humilde. Como disse o profeta, “Alegra-te muito, ó filha de Sião; exulta, ó filha de Jerusalém: eis aí te vem o teu Rei, justo e salvador, humilde, montado em jumento, num jumentinho, cria de jumenta.” (Zacarias 9:9).

Ao debater a respeito do ofício real de Jesus, a Assembleia em Westminster declarou: “Cristo exerce as funções de Rei sujeitando-nos a si mesmo, governando-nos e protegendo-nos, contendo e subjugando todos os seus e os nossos inimigos.”[1] Por não reconhecer Jesus e não discernir seu reino e autoridade, a humanidade, tanto no tempo de Jesus, como nos séculos posteriores, desenvolveu ideias equivocadas a seu respeito.

Quando se referiu a seu reino e respondeu a Pilatos, Jesus disse-lhe: “O meu reino não é deste mundo. Se o meu reino fosse deste mundo, os meus ministros se empenhariam por mim, para que não fosse eu entregue aos judeus; mas agora o meu reino não é daqui.” (João 18:36). Para aqueles que aguardavam um reino glorioso e perguntaram quando viria o reino de Deus, Jesus respondeu: “Não vem o reino de Deus com visível aparência. Nem dirão: Ei-lo aqui! Ou: Lá está! Porque o reino de Deus está dentro de vós.” (Lucas 17:20,21). Para aqueles que insistiam na formalidade e na aparência do reino, Paulo disse: “O reino de Deus não é comida nem bebida, mas justiça, e paz, e alegria no Espírito Santo.” (Romanos 14:17).

Como Rei, Cristo nos governa em amor: “Eu repreendo e disciplino a quantos amo. Sê, pois, zeloso e arrepende-te.” (Apocalipse 3:19). Se você chama Jesus de Senhor e o ama, precisa obedecê-lo: “Se me amais, guardareis os meus mandamentos.” (João 14:15). Breve lhe prestaremos conta de tudo: “Assim, pois, cada um de nós dará contas de si mesmo a Deus.” (Romanos 14:12).

Posição e poder, política e glória, pompa e posição não fazem parte da proposta de Jesus. Nosso Senhor, desde o início, instruiu seus discípulos a esse respeito, primeiro com sua vida e exemplo, depois com instrução e correção: “De que é que discorríeis pelo caminho? Mas eles guardaram silêncio; porque, pelo caminho, haviam discutido entre si sobre quem era o maior. E ele, assentando-se, chamou os doze e lhes disse: Se alguém quer ser o primeiro, será o último e servo de todos.” (Marcos 9:33-35).

No reino de Deus, por mais estranho que pareça, o Rei é aquele que lava os pés dos outros: “Vós me chamais o Mestre e o Senhor e dizeis bem; porque eu o sou. Ora, se eu, sendo o Senhor e o Mestre, vos lavei os pés, também vós deveis lavar os pés uns dos outros. Porque eu vos dei o exemplo, para que, como eu vos fiz, façais vós também.” (João 13:13-15).

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[1] PERGUNTA 26: Como Cristo exerce as funções de Rei? RESPOSTA: Cristo exerce as funções de Rei sujeitando-nos a si mesmo, governando-nos e protegendo-nos, contendo e subjugando todos os seus e os nossos inimigos.

Cel. Cícero Nunes

Cel. Cícero Nunes

Professor Estudo Bíblico

Cícero Nunes Moreira é casado com Cibele Mattiello da Rocha Moreira. Ordenado ao ministério sacerdotal há vinte e cinco anos, autor e Pastor na Igreja Evangélica Vida com com Cristo e capelão voluntário na Policia Militar de Minas Gerais com atuação, principalmente na Academia de Policia Militar e no Hospital da Policia Militar. Mestre em Ciências da Religião pela PUC Minas e Coronel do Quadro de Oficiais da Reserva. Autor do Livro Religião e Direitos Humanos na Policia Militar e Segue-me! Conectando-se ao Evangelho de Lucas.

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