“Quando se ia aproximando, o demônio o atirou no chão e o convulsionou; mas Jesus repreendeu o espírito imundo, curou o menino e o entregou a seu pai.” (Lucas 9:42).
Bom dia!
Jesus, Pedro, Tiago e João haviam passado à noite no monte onde eles testemunharam a manifestação da glória do Filho de Deus. Os discípulos ficaram tão impactados com o acontecido que a ninguém contaram coisa alguma. Ao descerem do monte, uma multidão veio ao encontro deles e, do meio dela, surgiu um homem gritando e suplicando ao Senhor que curasse seu filho.
O pai explicou que um espírito tomava posse do menino, o maltratava muito e acrescentou: “Roguei aos teus discípulos que o expelissem, mas eles não puderam”. (Lucas 9:40). Lucas não esclarece por que razão ele rogou aos discípulos de Jesus que expulsassem o demônio, em vez de buscar socorro em Jesus.
Podemos pensar em duas razões: os discípulos de Jesus haviam retornado de uma missão na qual exerceram autoridade sobre espíritos imundos e, por isso, tanto eles se sentiam confiantes, como os necessitados passaram a demandar deles esse serviço. A segunda razão tem relação direta com sua ligação com Jesus. Se Jesus fazia essas obras, seus discípulos também deveriam fazer, pois os discípulos aprendem os ofícios de seu Mestre: “Em verdade, em verdade vos digo que aquele que crê em mim fará também as obras que eu faço e outras maiores fará, porque eu vou para junto do Pai.” (João 14:12).
Ao enviar os discípulos, Jesus, de fato, lhes deu poder e autoridade sobre os demônios, mas agora eles se depararam com um demônio que lhes podia resistir. Na Epístola aos Efésios, Paulo esclarece que há hierarquias diferentes de demônios: principados, potestades, dominadores e forças espirituais do mal (Efésios 6:12).
A Bíblia afirma, entretanto, que Jesus é o nome sobre todos os nomes e que diante dele todo joelho se dobra no céu, na terra e nos infernos, pois Jesus é o Senhor: “Pelo que também Deus o exaltou sobremaneira e lhe deu o nome que está acima de todo nome, para que ao nome de Jesus se dobre todo joelho, nos céus, na terra e debaixo da terra, e toda língua confesse que Jesus Cristo é Senhor, para glória de Deus Pai.” (Filipenses 2:9-11). Por isso, ao confrontar-se com Jesus, o espírito foi para o chão, e, ao comando do Senhor, ele saiu.
Os discípulos perguntaram a Jesus porque não conseguiram expulsá-lo. Jesus respondeu-lhes: “Esta casta não pode sair senão por meio de oração [e jejum].” (Marcos 9:29). Este foi um ensino importante sobre a relevância da oração. Nos Evangelhos, é fácil notar que, enquanto Jesus está orando, os discípulos estão, normalmente, sonolentos. Se estamos envolvidos em uma guerra com as trevas, devemos despertar, devemos permanecer vigilantes.
Ao curar e entregar o menino ao pai, Jesus demonstrou o cuidado e o amor por aqueles que sofrem. A fé não é vivida somente na contemplação, no monte e no templo, é, igualmente, amor e serviço ao próximo: “Porque tive fome, e me destes de comer; tive sede, e me destes de beber; era forasteiro, e me hospedastes; estava nu, e me vestistes; enfermo, e me visitastes; preso, e fostes ver-me. Então, perguntarão os justos: Senhor, quando foi que te vimos com fome e te demos de comer? Ou com sede e te demos de beber? E quando te vimos forasteiro e te hospedamos? Ou nu e te vestimos? E quando te vimos enfermo ou preso e te fomos visitar? O Rei, respondendo, lhes dirá: Em verdade vos afirmo que, sempre que o fizestes a um destes meus pequeninos irmãos, a mim o fizestes.” (Mateus 25:35-40).
Cel. Cícero Nunes
Professor Estudo Bíblico
Cícero Nunes Moreira é casado com Cibele Mattiello da Rocha Moreira. Ordenado ao ministério sacerdotal há vinte e cinco anos, autor e Pastor na Igreja Evangélica Vida com com Cristo e capelão voluntário na Policia Militar de Minas Gerais com atuação, principalmente na Academia de Policia Militar e no Hospital da Policia Militar. Mestre em Ciências da Religião pela PUC Minas e Coronel do Quadro de Oficiais da Reserva. Autor do Livro Religião e Direitos Humanos na Policia Militar e Segue-me! Conectando-se ao Evangelho de Lucas.