“Por isso, vos digo: Pedi, e dar-se-vos-á; buscai, e achareis; batei, e abrir-se-vos-á. Pois todo o que pede recebe; o que busca encontra; e a quem bate, abrir-se-lhe-á.” (Lucas 11:9,10).
Bom dia!
Jesus utilizou uma pequena parábola para ressaltar a importância de persistir na oração, a parábola do amigo importuno. No enredo, uma pessoa atazana seu vizinho à meia noite, ao pedir pão para um amigo que chegou, inesperadamente, em sua casa.
Você é daqueles que pensam que não têm o direito de falar diretamente com Deus, não querem importuná-lo por sentir vergonha, por incredulidade ou por imaginar que Deus está ocupado com questões mais importantes. O ensino da parábola, entretanto, é justamente o contrário. Jesus nos instiga a apresentar, com insistência, nossa oração a Deus.
Algumas pessoas apresentam sua necessidade em uma breve oração a Deus e já não o aborrecem mais. Jesus, no entanto, enfatiza que devemos persistir em pedir, buscar e bater. Além disso, pedir, buscar e bater são ações que estão em progressão e dizem respeito à insistência e a intensidade da oração.
Para não haver nenhuma dúvida, Jesus arremata: “Ora, se vós, que sois maus, sabeis dar boas dádivas aos vossos filhos, quanto mais o Pai celestial dará o Espírito Santo àqueles que lho pedirem?” (Lucas 11:13).
O que significa isso, dizer que somos maus? A Escritura registra, no livro de Gênesis, que Deus, após terminar a criação, avaliou tudo o que criou e “eis que era muito bom.” (Gênesis 1:31). O que aconteceu entre a avaliação de Deus, em Gênesis, e a declaração de Jesus, em Lucas, foi o pecado.
Agostinho declara que Deus criou o homem livre para pecar (posso pecar) e livre para não pecar (posso não pecar). Embora não tenham sido criados como pecadores, o homem e a mulher eram livres para pecar e livres para não pecar, se desejassem. Infelizmente, eles escolheram usar sua liberdade para pecar.
No momento em que escolheram desobedecer, a condição da humanidade mudou para “não posso não pecar.” Dito de outra maneira, o homem se tornou escravo do pecado e separado de Deus. A imagem e semelhança de Deus foi degradada e o homem passou a ser inclinado para o mal. No dizer de Paulo, governado pelo pecado.
Para piorar, não somos apenas abertos para o mal, mas capazes de sentir prazer ao praticá-lo e incapazes de resisti-lo. Paulo disse: “Porque não faço o bem que quero, mas o mal que não quero esse faço.” (Romanos 7:19)
Ao comparar nossa natureza com a natureza de Deus, Jesus disse: “Se vós, que sois maus, sabeis dar boas dádivas aos vossos filhos, quanto mais o Pai celestial dará o Espírito Santo àqueles que lho pedirem?” (Lucas 11:13). Jesus não conta as palavras ao afirmar que somos maus, porém nos afirma que o Pai não nega o Espírito Santo àqueles que o pedem. Sua comparação não é uma crítica, é um chamado ao relacionamento com o Pai Celestial, um grande estímulo à confiança em Deus e à oração.
Cel. Cícero Nunes
Professor Estudo Bíblico
Cícero Nunes Moreira é casado com Cibele Mattiello da Rocha Moreira. Ordenado ao ministério sacerdotal há vinte e cinco anos, autor e Pastor na Igreja Evangélica Vida com com Cristo e capelão voluntário na Policia Militar de Minas Gerais com atuação, principalmente na Academia de Policia Militar e no Hospital da Policia Militar. Mestre em Ciências da Religião pela PUC Minas e Coronel do Quadro de Oficiais da Reserva. Autor do Livro Religião e Direitos Humanos na Policia Militar e Segue-me! Conectando-se ao Evangelho de Lucas.