“Que importa se alguns deles foram infiéis? A sua infidelidade anulará a fidelidade de Deus? De maneira nenhuma! Seja Deus verdadeiro, e todo homem mentiroso. Como está escrito: “De modo que são justas as tuas palavras e prevaleces quando julgas.” (Romanos 3:3,4).
Bom dia!
Paulo encerrou seu argumento anterior afirmando que a circuncisão verdadeira é “a que é do coração, no espírito, não segundo a letra, e cujo louvor não procede dos homens, mas de Deus.” (Romanos 2:29). Sendo assim, alguém poderia retrucar e dizer: “Então, qual a vantagem de ser judeu?” Alguém que estivesse ouvindo o discurso de Paulo poderia antecipar sua resposta e dizer: “Nenhuma”. Entretanto, surpreendendo a todos, Paulo afirma: “Muitas, sob todos os aspectos”. Aos judeus foram confiados (como um tesouro) os oráculos de Deus. Eles receberam a revelação da Palavra de Deus a respeito da salvação (Romanos 3:1,2).
Porém, não foi por causa de sua terra, de sua ética ou por alguma superioridade em relação aos outros povos que Deus lhes confiou sua revelação. Todo o mérito é de Deus. Retirados os oráculos de Deus, eles seriam um povo comum. A excelência está em receber, crer, portar, proclamar e viver a Palavra de Deus e todos somos chamados a crer, receber, portar, proclamar e viver a Palavra de Deus.
Pedro, ao instruir a Igreja quanto aos deveres dos crentes, realça que a glória pertence a Deus: “Se alguém fala, fale de acordo com os oráculos de Deus; se alguém serve, faça-o na força que Deus supre, para que, em todas as coisas, seja Deus glorificado, por meio de Jesus Cristo, a quem pertence a glória e o domínio pelos séculos dos séculos. Amém!” (1 Pedro 4:11).
Alguém poderia então dizer: “Sim, mas os judeus não creram nele”. Paulo, então explica que, ainda que todos eles, ou mesmo toda a humanidade (digo eu) não acreditasse, isso não alteraria sua verdade, nem sua fidelidade. Seja Deus verdadeiro e todo homem mentiroso. Mesmo que os judeus, portadores dos oráculos de Deus, não tenham acreditado, isso não altera a fidelidade de Deus: “Se somos infiéis, ele permanece fiel, pois não pode negar-se a si mesmo.” (2 Timóteo 2:13).
É impossível que a Palavra de Deus perca a sua substância em razão da fraqueza humana, disse Calvino. Foi o próprio Jesus quem disse: “Passará o céu e a terra, porém as minhas palavras não passarão.” (Mateus 24:35). O pastor e abolicionista anglicano John Newton (1725 – 1807), escreveu certa vez para um amigo: “Se o Senhor estiver conosco, não temos motivo para temer. Seus olhos estão sobre nós, seu braço acima de nós, seus ouvidos abertos à nossa oração – sua graça é suficiente e sua promessa imutável.”
Nosso Deus é fiel e seus oráculos são todos verdadeiros; se declarou, Ele cumprirá, mesmo que sejamos infiéis, pois Deus não nega a si mesmo: “Se somos infiéis, ele permanece fiel, pois de maneira nenhuma pode negar-se a si mesmo.” (2 Timóteo 2:13). Como está escrito, “Deus não é homem, para que minta; nem filho do homem, para que se arrependa; porventura diria ele, e não o faria? Ou falaria, e não o confirmaria?” (Números 23:19).
O Senhor está totalmente comprometido com sua palavra e cumprirá todas as suas promessas. Seus oráculos são verdadeiros, quer você creia ou não. Nossa segurança está no caráter de Deus que não mente, não trai, nem abandona. Como escreveu Paulo, “Porque quantas são as promessas de Deus, tantas têm nele o sim; porquanto também por ele é o amém para glória de Deus, por nosso intermédio.” (2 Coríntios 1:20).
Cel. Cícero Nunes
Professor Estudo Bíblico
Cícero Nunes Moreira é casado com Cibele Mattiello da Rocha Moreira. Ordenado ao ministério sacerdotal há vinte e cinco anos, autor e Pastor na Igreja Evangélica Vida com com Cristo e capelão voluntário na Policia Militar de Minas Gerais com atuação, principalmente na Academia de Policia Militar e no Hospital da Policia Militar. Mestre em Ciências da Religião pela PUC Minas e Coronel do Quadro de Oficiais da Reserva. Autor do Livro Religião e Direitos Humanos na Policia Militar e Segue-me! Conectando-se ao Evangelho de Lucas.