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CRIADOS À IMAGEM DE DEUS

(Segunda Parte)

“Criou Deus, pois, o homem à sua imagem, à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou. E Deus os abençoou e lhes disse: Sede fecundos, multiplicai-vos, enchei a terra e sujeitai-a; dominai sobre os peixes do mar, sobre as aves dos céus e sobre todo animal que rasteja pela terra.” (Gênesis 1:27,28).

Bom dia!

Quando Deus criou a humanidade, a primeira coisa que disse foi: “Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança”, pois seu desejo era que o homem manifestasse seu caráter no mundo. Não existe nas Escrituras Sagradas uma definição a respeito do que vem a ser a imagem de Deus, talvez por isso, exista muita discussão em torno do que significa ser a imagem de Deus.

Em sua conversa com a mulher samaritana, assentado junto à fonte de Jacó, Jesus disse-lhe: “Deus é espírito; e importa que os seus adoradores o adorem em espírito e em verdade.” (João 4:24). À semelhança de Deus, que é Espírito, o homem não é um ser meramente físico, somos criaturas espirituais. No dizer de Grudem (2018), “nosso espírito é um reflexo da natureza divina e nos permite uma relação pessoal com ele.”

Para dizer sobre a imagem de Deus em nós, os sábios reunidos em Westminster declararam que o homem foi criado em conhecimento, retidão e santidade e são essas características que distinguem o homem das outras criaturas que não foram criadas à imagem de Deus.

Isso significa que o homem foi criado naturalmente justo, capaz de conhecer e de discernir o certo e o errado. O homem não era justo em razão de rito, sacrifício ou prática religiosa. Ele foi criado em retidão e essa característica era a manifestação dos atributos de Deus nele. Por sua retidão e santidade, a humanidade podia se relacionar pessoalmente com Deus sem nenhum constrangimento. Não havia nenhum conflito entre o homem e a mulher e entre os dois e Deus em pensamento, palavra ou ação. Sua natureza era viver unicamente para a glória de Deus.

Enquanto os animais estão presos ao seu programa e seguem seu instinto, o homem é capaz de pensar, arrazoar, discernir, pesar opções e escolher entre elas. Essas são expressões de sabedoria e julgamento, observados como atributos de Deus e comunicadas ao homem. Segundo Lambert (2017), “Nossa capacidade de raciocinar se empalidece quando comparada à de Deus. Ser feito à imagem de Deus não significa que somos idênticos a Deus. Significa que nós somos como Ele e representamos sua natureza para o mundo. Nós fazemos isso por meio de nossas habilidades cognitivas.” (LAMBERT, 2017).

Dizer que a humanidade foi criada em santidade significa que Adão e Eva não conheciam o pecado e eram completamente consagrados a Deus. Para se relacionar com Deus, homem e mulher não necessitavam de cerimônias, ritos ou sacrifícios, pois não havia inimizade entre Deus e o homem. Os dois se deleitavam e estavam em perfeita paz na presença do Criador.

Ao refletir sobre a natureza humana, o Pregador declarou no livro de Eclesiastes: “Foi isto, porém, que descobri: Deus criou os seres humanos para serem justos, mas eles buscaram todo tipo de maldade.” (Eclesiastes 7:29). Criado à imagem de Deus, em conhecimento, retidão e santidade, o homem escolheu desobedecer a Deus e se tornou pecador. Sua desobediência o separou de Deus e quebrou a imagem de Deus no homem: “A Bíblia ensina que a queda da raça humana no pecado desfigurou significativamente a imagem [de Deus no homem], embora não a tenha destruído.” (LAMBERT, 2017, p. 206).

O homem ainda possui a imagem de Deus, embora essa imagem tenha sido desfigurada pelo pecado, ela não foi completamente apagada. O pecado, porém, afeta nosso julgamento moral, nossa retidão e nos separa de Deus. Por sua misericórdia, Deus, entretanto, providenciou o escape. Por meio de seu Filho, Jesus Cristo, por sua morte e ressurreição, Deus redime seus filhos para que sejam, outra vez, “conforme a imagem de Seu Filho” (Romanos 8:29), o qual “é a imagem do Deus invisível, o primogênito de toda a criação.” (Colossenses 1:15).

REFERÊNCIA

GRUDEM, Wayne. Bases da Fé Cristã: vinte fundamentos que todo cristão precisa entender. Rio de Janeiro: Thomas Nelson, 2018. Edição do Kindle.

LAMBERT, Heath. Teologia do Aconselhamento Bíblico: Fundamentos Doutrinários do Ministério de Aconselhamento. Eusébio: Editora Peregrino, 2017.

Cel. Cícero Nunes

Cel. Cícero Nunes

Professor Estudo Bíblico

Cícero Nunes Moreira é casado com Cibele Mattiello da Rocha Moreira. Ordenado ao ministério sacerdotal há vinte e cinco anos, autor e Pastor na Igreja Evangélica Vida com com Cristo e capelão voluntário na Policia Militar de Minas Gerais com atuação, principalmente na Academia de Policia Militar e no Hospital da Policia Militar. Mestre em Ciências da Religião pela PUC Minas e Coronel do Quadro de Oficiais da Reserva. Autor do Livro Religião e Direitos Humanos na Policia Militar e Segue-me! Conectando-se ao Evangelho de Lucas.

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