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CONHECIMENTO E SENTIMENTO

“Pois tudo quanto, outrora, foi escrito para o nosso ensino foi escrito, a fim de que, pela paciência e pela consolação das Escrituras, tenhamos esperança.” (Romanos 15:4).

Bom dia!

Já contei, mais de uma vez, que, durante o período da Academia Militar, fui atleta de Judô. Dizer que gostava muito do esporte não é ser fiel à verdade, pois queria aprender japonês, visitar o Japão e fiquei encantado com a cultura deles. Treinava o dobro, talvez o triplo de todos os outros atletas e, embora não gostasse de competir, ganhei muitas medalhas.

Nesse tempo, eu desenvolvi a habilidade de reconhecer que um atleta havia desistido da luta, antes dele perder. Sua postura física, o modo como atacava, fingia atacar ou não atacava seu adversário, eram sinais de que ele havia perdido a esperança e, quando a esperança se vai, perdemos. No Judô, isso significa uma queda, uma imobilização, um estrangulamento ou uma desclassificação por falta de combatividade que termina a luta.

Se há uma coisa que nunca devemos fazer é perder a esperança e parar de lutar. É por isso que Deus, por meio do apóstolo Paulo, nos encoraja: “Tudo quanto, outrora, foi escrito para o nosso ensino foi escrito, a fim de que, pela paciência e pela consolação das Escrituras, tenhamos esperança.”

É comum alguém pensar que a esperança é um sentimento que brotará, repentinamente, no coração e na mente, porém, o apóstolo ensina que devemos conhecer o que foi escrito e, pela consolação das Escrituras, teremos esperança. Logo, a esperança verdadeira se estriba no conhecimento da Palavra de Deus e não naquilo que alguém sente.

Ao escrever para a Igreja em Roma, Paulo recomenda aos fiéis que corrijam seu foco e reorientem seu padrão de pensamento para agir, não em razão das circunstâncias, mas pela confiança nas promessas. A sabedoria e a fidelidade de Deus demonstrada na vida dos fiéis ao longo de séculos foi registrada para nosso ensino e para gerar esperança.

As Escrituras, portanto, exercem um papel primordial no desenvolvimento da esperança, estimulam a perseverança e, por meio do exemplo de outros que passaram por tribulações, promovem a perseverança e despertam uma postura que estimula a luta. Não somos os únicos que enfrentamos tribulações. Se outros discípulos de Jesus passaram por aflições e venceram, nós também venceremos.

É verdade que as coisas podem estar fora do nosso controle, porém, nunca estarão fora do controle de Deus. Ele não pode ser surpreendido. Do mesmo modo que agiu para socorrer ou acolher os santos, Deus age agora. Ele não mudou.

A esperança é um poderoso agente na luta. Ela mantém a porta da vitória aberta. Sem esperança, as pessoas desistem, se rendem e caem. Com ela, em um momento, tudo pode mudar e mudar para melhor.

Portanto, que as tribulações não sirvam para abater, mas para erguer, não para lamentar, mas para gloriar. A tribulação é a mãe da esperança: “Justificados, pois, mediante a fé, temos paz com Deus por meio de nosso Senhor Jesus Cristo; por intermédio de quem obtivemos igualmente acesso, pela fé, a esta graça na qual estamos firmes; e gloriamo-nos na esperança da glória de Deus. E não somente isto, mas também nos gloriamos nas próprias tribulações, sabendo que a tribulação produz perseverança; e a perseverança, experiência; e a experiência, esperança.” (Romanos 5:1-4).

Tiago ensina que a provação produz a perseverança, por essa razão, não devemos acolher a derrota, nem nos abater: “Meus irmãos, tende por motivo de toda alegria o passardes por várias provações, 3 sabendo que a provação da vossa fé, uma vez confirmada, produz perseverança.” (Tiago 1:2,3).

A verdadeira esperança está firmada naquilo que sabemos, não no que sentimos. Se olharmos para a dor e para o sofrimento, perderemos; se olharmos para o tamanho de nosso adversário, perderemos. Se conhecermos as Escrituras e olharmos para as promessas de Deus e para sua fidelidade na vida de nossos antigos irmãos, conforme está registrado na Palavra, teremos esperança e venceremos. Portanto, quanto mais conhecimento da Palavra de Deus tivermos, mais esperançosos seremos.

Cel. Cícero Nunes

Cel. Cícero Nunes

Professor Estudo Bíblico

Cícero Nunes Moreira é casado com Cibele Mattiello da Rocha Moreira. Ordenado ao ministério sacerdotal há vinte e cinco anos, autor e Pastor na Igreja Evangélica Vida com com Cristo e capelão voluntário na Policia Militar de Minas Gerais com atuação, principalmente na Academia de Policia Militar e no Hospital da Policia Militar. Mestre em Ciências da Religião pela PUC Minas e Coronel do Quadro de Oficiais da Reserva. Autor do Livro Religião e Direitos Humanos na Policia Militar e Segue-me! Conectando-se ao Evangelho de Lucas.

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