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CONFLITO DE INTERESSES

“Para que não haja maior divulgação entre o povo, ameacemo-los para não mais falarem neste nome a quem quer que seja. Chamando-os, ordenaram-lhes que absolutamente não falassem, nem ensinassem em o nome de Jesus.” (Atos 4:17,18).

Bom dia!

Pedro e João, a caminho do Templo para a oração, depararam com um coxo de nascença assentado a porta do Templo, o qual lhes pediu esmolas. Em vez de lhe dar dinheiro, cheio do Espírito Santo, Pedro o ergueu curado, em nome de Jesus, um sinal inequívoco do poder de Deus.

Aproveitando o sinal e o ajuntamento das pessoas, Pedro anunciou-lhes Jesus ressuscitado. Como consequência do sinal e da pregação, muitos se arrependeram e o número de discípulos de Jesus subiu para quase cinco mil homens.

Diante dessa maravilhosa manifestação da glória de Deus, as autoridades judaicas, cheias de ódio e inveja, os prenderam e os fizeram passar a noite na prisão. No dia seguinte, Pedro e João foram levados perante o Conselho para serem interrogados e julgados. Quando foram colocados diante do Sinédrio, aquele que fora curado se colocou ao lado deles, juntamente com a multidão que testemunhou o milagre.

Os conselheiros, os mesmos que haviam decretado a morte de Jesus, começaram a discutir, sob os olhares de todos e do que fora curado, a se perguntar, diante do grande sinal que foi realizado por eles: “Que faremos com estes homens?” (Atos 4:16).

Após discutir, o Conselho, que tinha poder e autoridade sobre a vida e a morte das pessoas, decidiu: Vamos ameaçá-los e ordenar que não mais falem deste nome. Aqueles que mataram Jesus não podiam ouvir falar seu nome. Confiados em seu poder e autoridade, chamaram os discípulos e lhes ordenaram “Que absolutamente não falassem, nem ensinassem em o nome de Jesus.”

A ordem das autoridades judaicas entrava em confronto direto com a ordem que os discípulos haviam recebido de Jesus: “E disse-lhes: Ide por todo o mundo e pregai o evangelho a toda criatura. Quem crer e for batizado será salvo; quem, porém, não crer será condenado.” (Marcos 16:15,16).

Os discípulos estavam diante de um grande desafio, pois a forma com a qual comunicavam o Evangelho era pela pregação e pelo ensino. Uma vez que o Sinédrio tinha autoridade para matá-los, como já haviam feito com Jesus, o que deveriam fazer?

Não havia muito tempo em que os apóstolos tinham assistido o julgamento de Jesus e aquele mesmo conselho dizer a Pilatos: “Caia sobre nós o seu sangue.” (Mateus 27:25). Pedro e João estavam presentes no julgamento na casa de Caifás. Pedro, naquela ocasião, o havia negado, com medo de ser morto e João assistiu a tudo sem nada fazer.

“Chamando-os, ordenaram-lhes que absolutamente não falassem, nem ensinassem em o nome de Jesus.” (Atos 4:18). A história registraria ainda incontáveis momentos como este, nos quais as autoridades seculares e religiosas proibiriam os discípulos de Jesus de pregar o Evangelho.

O exemplo de Pedro e João foi fundamental para referenciar a resposta da Igreja no decorrer dos séculos. Proibidos de falar e de ensinar em nome de Jesus, Pedro e João enfrentaram o dilema de ter que escolher entre obedecer a ordem de Jesus ou a ordem do Sinédrio. Neste caso específico, o conflito estabelecido não foi entre os discípulos de Jesus e o mundo, mas, entre os discípulos de Jesus e a religião. Infelizmente, nem sempre a religião está em harmonia e obediência aos ensinamentos de Jesus Cristo.

Cel. Cícero Nunes

Cel. Cícero Nunes

Professor Estudo Bíblico

Cícero Nunes Moreira é casado com Cibele Mattiello da Rocha Moreira. Ordenado ao ministério sacerdotal há vinte e cinco anos, autor e Pastor na Igreja Evangélica Vida com com Cristo e capelão voluntário na Policia Militar de Minas Gerais com atuação, principalmente na Academia de Policia Militar e no Hospital da Policia Militar. Mestre em Ciências da Religião pela PUC Minas e Coronel do Quadro de Oficiais da Reserva. Autor do Livro Religião e Direitos Humanos na Policia Militar e Segue-me! Conectando-se ao Evangelho de Lucas.

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