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“Pedro, fitando-o, juntamente com João, disse: Olha para nós. Ele os olhava atentamente, esperando receber alguma coisa.” (Atos 3:4,5).

Bom dia!

Ao serem chamados ao seguimento de Jesus, Pedro e João deixaram tudo. Juntamente com Jesus e os outros discípulos, eles passaram a viver de modo simples contando com a ajuda dos outros para se manterem.

Conforme foi registrado por Lucas, Jesus recebia ajuda de algumas mulheres ricas que o acompanhavam: “Aconteceu, depois disto, que andava Jesus de cidade em cidade e de aldeia em aldeia, pregando e anunciando o evangelho do reino de Deus, e os doze iam com ele, e também algumas mulheres que haviam sido curadas de espíritos malignos e de enfermidades: Maria, chamada Madalena, da qual saíram sete demônios; e Joana, mulher de Cuza, procurador de Herodes, Suzana e muitas outras, as quais lhe prestavam assistência com os seus bens.” (Lucas 8:1-3).

Imitando seu Mestre, Pedro e João certamente passaram a depender da ajuda de outros para sobreviver. Por essa razão, é provável que não tivessem condições de prover algo para a necessidade daquele que esmolava à porta do Templo.

É possível que Pedro e João o conhecessem e até tivessem simpatia por ele, mas não possuíam nada para lhe dar. Porém, algo novo aconteceu com os discípulos de Jesus. Embora nada tenha mudado no cenário externo, eles estavam cheios do Espírito de Deus e, por isso, aptos para se moverem da empatia para a compaixão e transformar a realidade daquele que lhes pedia.

Há diferença entre empatia e compaixão. Aquele que sente empatia sofre com o que está acontecendo e até lamenta: “Eu sinto a sua dor”. Este é, sem dúvida, um enorme passo no mundo dos indiferentes. Aquele que tem compaixão é dirigido para a ação, como no caso da Parábola do Samaritano (Lucas 10:30ss).

O sacerdote e o levita viram a vítima no chão, sentiram sua dor, mas se preocuparam com suas necessidades, sua segurança pessoal ou a pressa para atender um compromisso inadiável. Diferentemente dos dois religiosos, o Samaritano compadeceu-se e agiu alterando sua agenda, ignorando as suas necessidades e socorrendo aquele que sofria.

Foi a presença do Espírito Santo, derramado sobre os Apóstolos em Pentecostes, que mudou as suas perspectivas. Segundo ensina Carter, quem tem compaixão não pensa no sacrifício pessoal, por essa razão, procura atender, primeiramente, a necessidade do outro.

A compaixão enxerga a pessoa por trás da necessidade e, por isso, é capaz de perceber a dignidade do outro e reconhecer nele a imagem e semelhança de Deus. Após passar pela porta Formosa incontáveis vezes, Pedro e João estavam, finalmente, habilitados pelo Espírito Santo a perceber a pessoa por trás da enfermidade.

Eles agora, embora não possuíssem o que o coxo lhes pedia, podiam dar-lhe o que ele precisava.

REFERÊNCIA

CARTER, John W. The Acts of the Apostles: the birth os the Christian Church. The American Journal of Biblical Theology. Kindle.

Cel. Cícero Nunes

Cel. Cícero Nunes

Professor Estudo Bíblico

Cícero Nunes Moreira é casado com Cibele Mattiello da Rocha Moreira. Ordenado ao ministério sacerdotal há vinte e cinco anos, autor e Pastor na Igreja Evangélica Vida com com Cristo e capelão voluntário na Policia Militar de Minas Gerais com atuação, principalmente na Academia de Policia Militar e no Hospital da Policia Militar. Mestre em Ciências da Religião pela PUC Minas e Coronel do Quadro de Oficiais da Reserva. Autor do Livro Religião e Direitos Humanos na Policia Militar e Segue-me! Conectando-se ao Evangelho de Lucas.

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