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A MENTE DE CRISTO

“Pois quem conheceu a mente do Senhor, que o possa instruir? Nós, porém, temos a mente de Cristo.” (1 Coríntios 2:16).

Bom dia!

Paulo passou grande parte do seu ministério entre os gentios, mergulhado em um mundo no qual a cultura grega tinha grande influência. Os gregos, e depois deles os romanos, davam muita importância à sabedoria e ao debate.

Alguns séculos antes do nascimento de Jesus, os sofistas percorriam as cidades e ensinavam a arte da oratória, especificamente, como participar e vencer um debate. Platão foi o principal adversário dos sofistas, pois eles cobravam para ensinar e admitiam qualquer argumento para vencer um debate. Para os sofistas, os valores eram relativos e o importante não era estabelecer a verdade, mas vencer o debate.

É comum encontrarmos nos escritos de Paulo uma comparação entre o seu discurso e o discurso dos gentios: “A minha palavra e a minha pregação não consistiram em linguagem persuasiva de sabedoria, mas em demonstração do Espírito e de poder, para que a vossa fé não se apoiasse em sabedoria humana, e sim no poder de Deus.” (1 Coríntios 2:4,5).

Corinto era uma cidade grega, por isso, ao escrever aos coríntios, Paulo fez questão de distinguir o poder de Deus, da sabedoria humana, a Palavra de Deus, da retórica, as palavras persuasivas de sabedoria humana. Paulo sabe que está a falar com pessoas experientes e conhecedoras da sabedoria humana e dos discursos, por isso afirma: “Expomos sabedoria entre os experimentados; não, porém, a sabedoria deste século, nem a dos poderosos desta época, que se reduzem a nada; mas falamos a sabedoria de Deus em mistério, outrora oculta, a qual Deus preordenou desde a eternidade para a nossa glória.” (1 Coríntios 2:6,7).

Assim, ao escrever aos gentios, Paulo iniciou uma discussão que se arrastará por séculos: o debate entre a sabedoria humana e a sabedoria de Deus, entre a mente do homem e a mente de Deus, entre o poder humano e o poder de Deus.

Com todo o seu conhecimento, sabedoria, estudos e títulos, o homem natural não é capaz de entender e aceitar as coisas do Espírito de Deus. Para entender as verdades espirituais, precisamos da ajuda do Espírito Santo: “Ora, o homem natural não aceita as coisas do Espírito de Deus, porque lhe são loucura; e não pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente.” (1 Coríntios 2:14).

É nesse contexto que Paulo faz a pergunta: “Quem conheceu a mente do Senhor, que o possa instruir?” Na verdade, toda aproximação de Deus, para ser bem-sucedida, deve ser feita em atitude de humildade, pois “Deus resiste aos soberbos, mas dá graça aos humildes.” (Tiago 4:6).

“Nós, porém, temos a mente de Cristo.” O que é isso, ter a mente de Cristo? É ser como Ele é, manso e humilde, é se curvar ao nível mais baixo e lavar os pés dos servos, é perdoar seus carrascos e os amar até a cruz, é oferecer a outra face e andar a segunda milha.

Quem deseja conhecer a mente de Cristo deve mergulhar em sua Palavra e reconhecer que existem duas escolhas, dois caminhos para seguir: a sabedoria humana e o poder de Deus, a mente do mundo e a mente de Cristo. Quem deseja conhecer a mente de Cristo e entender coisas espirituais deve, humildemente, pedir ajuda ao Espírito Santo.

Cel. Cícero Nunes

Cel. Cícero Nunes

Professor Estudo Bíblico

Cícero Nunes Moreira é casado com Cibele Mattiello da Rocha Moreira. Ordenado ao ministério sacerdotal há vinte e cinco anos, autor e Pastor na Igreja Evangélica Vida com com Cristo e capelão voluntário na Policia Militar de Minas Gerais com atuação, principalmente na Academia de Policia Militar e no Hospital da Policia Militar. Mestre em Ciências da Religião pela PUC Minas e Coronel do Quadro de Oficiais da Reserva. Autor do Livro Religião e Direitos Humanos na Policia Militar e Segue-me! Conectando-se ao Evangelho de Lucas.

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