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A MENTE CRISTÃ

“De outra feita, estava Jesus expelindo um demônio que era mudo. E aconteceu que, ao sair o demônio, o mudo passou a falar; e as multidões se admiravam. Mas alguns dentre eles diziam: Ora, ele expele os demônios pelo poder de Belzebu, o maioral dos demônios.” (Lucas 11:14,15).

Bom dia!

Para manter meu vício, adquiri, recentemente, um livro que possui o instigante título: “Quem controla as escolas governa o mundo.” Em seu primeiro capítulo, o autor apresenta a seguinte epígrafe: “Uma das ferramentas mais úteis na busca pelo poder é o sistema educacional.”

Qual é o fundamento de sua visão de mundo? Sob quais bases você faz escolhas e toma decisões? Sua formação educacional influencia suas escolhas? Sua crença religiosa importa quando você lida com as pessoas e toma decisões?

Duas coisas me deixam impressionado quando leio os Evangelhos: de um lado, o poder e a autoridade de Jesus; de outro, a reação de algumas pessoas diante da manifestação do seu poder.

Percebemos a autoridade de Jesus se manifestar em seu querigma, isto é, na proclamação da Palavra. Ele ensinava com autoridade e não como os mestres da Lei. Por isso, ao concluir o Sermão da Montanha, as multidões ficaram impressionadas: “Quando Jesus acabou de proferir estas palavras, estavam as multidões maravilhadas da sua doutrina; porque ele as ensinava como quem tem autoridade e não como os escribas.” (Mateus 7:28,29).

Além de sua mensagem, Jesus manifestou sua autoridade sobre a natureza, sobre as enfermidades e sobre os demônios. Estes, quando o viam, se jogavam aos seus pés, completamente derrotados: “Não tardou que aparecesse na sinagoga um homem possesso de espírito imundo, o qual bradou: Que temos nós contigo, Jesus Nazareno? Vieste para perder-nos? Bem sei quem és: o Santo de Deus!” (Marcos 1:23,24).

É estonteante saber que algumas pessoas viram Jesus ressuscitar mortos, curar enfermos, multiplicar pães e realizar tantos outros milagres, e constatar que isso não teve nenhum impacto positivo sobre elas. Algumas pessoas, na verdade, diante dos feitos de Jesus, procuravam destacar aspectos irrelevantes ou, por maldade ou inveja, depreciavam seus atos e palavras: “Ele expulsa demônios pelo poder de Belzebu”.

A Bíblia garante que Jesus é o mesmo ontem, hoje e eternamente, nele não há mudança ou sombra de variação (Tiago 1:17). E os homens? Será que há mudança em nós? Infelizmente, mudamos tanto que alguns já acreditam que vivemos em uma sociedade pós-cristã, uma sociedade secularizada.

O teólogo, crítico literário e romancista anglicano Harry Blamires, em sua obra “A Mente Cristã”, declara que a mente popular de nossa época foi secularizada: “É preciso admitir que não há nenhum campo contemporâneo de discurso no qual escritores reflitam a forma cristã sobre o mundo moderno e o homem moderno […] No mundo em que vivemos, não há nenhum espaço público de discurso alimentado por pensamento compromissado com o cristianismo.” (BLAMIRES, 2006, pág. 19 e 24).

Diante de tantas evidências e da manifestação do poder e da autoridade de Jesus, algumas pessoas, por estarem aprisionadas em seu modo de ser e de viver, resistiram, combateram e levaram Jesus para a cruz. Olhar para a cena e para as mentalidades daquele tempo, pode, facilmente, nos deixar perplexos e irritados.

Jesus permanece vivo e ativo em toda terra. Na verdade, a Palavra de Deus nos faz saber que “Deus o exaltou sobremaneira e lhe deu o nome que está acima de todo nome, para que ao nome de Jesus se dobre todo joelho, nos céus, na terra e debaixo da terra, e toda língua confesse que Jesus Cristo é Senhor, para glória de Deus Pai.” (Filipenses 2:9-11).

Por meio da Igreja e sob o poder do Espírito Santo, Jesus continua a agir na terra, maravilhando alguns e perturbando outros. Suas ações na terra continuam alegrando uns e irritando outros. Por mais que alguém deseje permanecer em neutralidade, necessariamente, ao nos deparar com Jesus e sua mensagem, tomamos posição e seremos responsabilizados por ela.

Ao testemunharem Jesus expulsar o demônio, alguns ficaram maravilhados, outros, porém, blasfemaram e disseram: “ele expulsa demônios pelo poder de Belzebu.”

E você? Qual é o fundamento de sua visão de mundo? Sob quais bases você faz escolhas e toma decisões? De onde vêm as ideias que governam seu pensamento? Como se posiciona diante da Palavra de Deus? Por quê?

REFERÊNCIA

BLAMIRES, Harry. A mente cristã: como um cristão deve pensar? São Paulo: Shedd Publicações, 2006.

DEMAR, Gary. Quem controla a escola governa o mundo. Edição do Kindle, 2014.

Cel. Cícero Nunes

Cel. Cícero Nunes

Professor Estudo Bíblico

Cícero Nunes Moreira é casado com Cibele Mattiello da Rocha Moreira. Ordenado ao ministério sacerdotal há vinte e cinco anos, autor e Pastor na Igreja Evangélica Vida com com Cristo e capelão voluntário na Policia Militar de Minas Gerais com atuação, principalmente na Academia de Policia Militar e no Hospital da Policia Militar. Mestre em Ciências da Religião pela PUC Minas e Coronel do Quadro de Oficiais da Reserva. Autor do Livro Religião e Direitos Humanos na Policia Militar e Segue-me! Conectando-se ao Evangelho de Lucas.

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