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A HORA DA VIRADA

“No dia seguinte, indo eles de caminho e estando já perto da cidade, subiu Pedro ao eirado, por volta da hora sexta a fim de orar.” (Atos 10:9).

Bom dia!

Todos os intérpretes de Atos dos Apóstolos consideram o capítulo dez como um dos mais importantes do livro. Nele, Lucas registrou o momento em que as portas do reino de Deus foram abertas, definitivamente, para os gentios. Este foi, sem dúvida, um momento de virada na mentalidade dos judeus discípulos de Jesus e em seu entendimento sobre o sentido, o propósito e a amplitude da Igreja

Jesus os havia ordenado que permanecessem em Jerusalém até que fossem revestidos de poder (Lucas 24:49ss), o que ocorreu em Pentecostes (Atos 2). Porém, os discípulos gostaram de permanecer na cidade onde viram a manifestação do poder de Deus e o crescimento extraordinário da Igreja.

A perseguição os obrigou a sair da cidade e os levou para Samaria, mas Deus queria que fossem adiante. Para que isso acontecesse, Deus precisaria derrubar algumas paredes e demolir muitos preconceitos. Historicamente, os judeus haviam construído o entendimento de que não podiam, de maneira nenhuma, se relacionar com os impuros, aqueles que não eram judeus.

Quando receberam a Nova Aliança, muitos discípulos creram que se tratava do cumprimento das promessas de Deus para o judaísmo e, por isso, qualquer não judeu que desejasse entrar na Igreja, deveria se converter ao judaísmo, caso contrário estaria impedido por ser considerados, cerimonialmente, impuro. Esta era uma grande barreira que precisava ser vencida, pois o preconceito e a cultura judaica os impediam de testemunhar a mensagem da cruz fora do judaísmo.

Mais fortes e mais altas do que as muralhas de Jerusalém, as barreiras só podiam ser removidas mediante a intervenção de Deus que, por isso, preparou, Cornélio de um lado e Pedro do outro, para executar seu propósito.

Será que ainda existem muralhas que impedem o povo de Deus de testemunhar o Evangelho? Será que somos diferentes dos primeiros discípulos? Será que olhamos para fora dos muros da Igreja e consideramos todos imundos?

Em uma pesquisa descuidada, encontraremos, às vezes até mesmo nos púlpitos, pessoas que acreditam e ensinam que são os legítimos portadores e proprietários da Verdade e que não há salvação fora de sua tradição, de sua comunidade de fé. Divididos em Ordens Religiosas e Denominações, muitos pensamos que nossa forma de crer e cultuar é ortodoxa e que estamos cercados por hereges.

Como os primeiros discípulos, precisamos da intervenção do Espírito Santo, necessitamos que Ele destrua as muralhas que nos impedem de amar o próximo e testemunhar o Evangelho. Não é sem razão que o Evangelho diz: “Se, pois, o Filho vos libertar, verdadeiramente sereis livres.” (João 8:36).

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