“Um anjo do Senhor falou a Filipe, dizendo: Dispõe-te e vai para o lado do Sul, no caminho que desce de Jerusalém a Gaza; este se acha deserto. Ele se levantou e foi.” (Atos 8:26).
Filipe, Pedro e João foram os primeiros discípulos de Jesus que testemunharam um legítimo avivamento fora de Jerusalém. Filipe pregou o Evangelho para os samaritanos e a cidade se encheu de alegria. Pedro e João, após saberem o que estava acontecendo em Samaria, foram para lá e, impondo as mãos, oraram para que os convertidos ficassem cheios do Espírito Santo.
Foi nesse ambiente de alegria e de festa que um anjo do Senhor se manifestou a Filipe e ordenou-lhe a deixar a festa para cumprir uma nova missão. Após fazer bem seu trabalho e ser aprovado, Filipe, que não buscava a autopromoção, obedeceu ao Senhor sem nenhuma objeção e partiu sem ter detalhes a respeito da nova missão.
Ficamos impressionados e maravilhados ao lermos relatos como estes, nos quais o sobrenatural e o natural se encontram e se confundem. Na verdade, essa separação não existia para o povo da Bíblia. Em nosso tempo, como estamos envolvidos em uma cultura fustigada pelo ateísmo e pela dúvida, temos muita dificuldade para lidar com o sagrado e suas diversas manifestações.
Foi a partir das transformações decorrentes da modernidade que a religião, especificamente a religião cristã, perdeu a relevância. O homem antigo, o homem pré-moderno, no entanto, via o mundo e vivia de modo diferente. Possuía uma mentalidade diferente, vivia no sagrado. De modo ainda mais intenso, o homem da Bíblia experimentava as manifestações do sagrado o tempo todo. É por essa razão que eles interagiam com os anjos e outras manifestações do Espírito Santo sem espanto, sem medo e sem crise.
No tempo do nascimento de Jesus, segundo relatado por Lucas, Zacarias recebeu a visitação do anjo Gabriel no templo, Maria recebeu a visitação do anjo Gabriel em casa e os pastores receberam a visitação dos anjos no campo.
Para eles, não existiam espaços sagrados e seculares, tudo era homogêneo, tudo era sagrado. Como escreveu o salmista: “Os céus proclamam a glória de Deus, e o firmamento anuncia as obras das suas mãos.” (Salmos 19:1). O Senhor domina sobre tudo e reina sobre todos. O fiel, conforme retratado na Escritura Sagrada, não possui dia, nem hora para se encontrar com Deus, pode fazê-lo no templo, na casa e no campo, pode fazê-lo em todo tempo e lugar.
É porque viviam nesse ambiente de fé e de manifestação do sagrado que os discípulos de Jesus experimentaram grandes manifestações do poder de Deus. Não há dúvida de que a incredulidade interfere na forma como o poder de Deus se manifesta, como foi o caso de Nazaré, cidade em que Jesus cresceu. Ao testemunhar as obras e ouvir as palavras de Jesus, os moradores de Nazaré se espantaram: “Não é este o carpinteiro, filho de Maria, irmão de Tiago, José, Judas e Simão? E não vivem aqui entre nós suas irmãs? E escandalizavam-se nele. Jesus, porém, lhes disse: Não há profeta sem honra, senão na sua terra, entre os seus parentes e na sua casa. Não pôde fazer ali nenhum milagre, senão curar uns poucos enfermos, impondo-lhes as mãos.” (Marcos 6:3-5).
Você pode se encontrar com Deus em qualquer tempo e lugar, Ele não impõe limites no que diz respeito a isso. Nosso Senhor deseja ser buscado e quem fizer isso, mais cedo ou mais tarde, o encontrará. Por isso, se você deseja, verdadeiramente, se encontrar com Jesus, insista, pois foi Ele mesmo quem disse: “Pedi, e dar-se-vos-á; buscai e achareis; batei, e abrir-se-vos-á. Pois todo o que pede recebe; o que busca encontra; e, a quem bate, abrir-se-lhe-á.” (Mateus 7:7,8).
Não importa o tempo, nem o lugar. Não importa se você está no templo em uma celebração, fazendo serviços domésticos em sua casa ou trabalhando no campo. Se você pedir, buscar e bater, mais cedo ou mais tarde, a porta vai se abrir e você vai encontrar e receber.