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A VIVER O SERMÃO

“Então, ajoelhando-se, clamou em alta voz: Senhor, não lhes imputes este pecado! Com estas palavras, adormeceu.” (Atos 7:60).
Bom dia!
Jesus proferiu na cruz seu último sermão, que é conhecido como “O Sermão das Sete Palavras”. Dentre as muitas declarações que o Cordeiro de Deus escolheu fazer, nenhuma delas aleatória ou sem contexto, a primeira que escolheu para utilizar como a abertura do “Sermão” foi: “Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem.” (Lucas 23:34a).
Em outro contexto, quando Deus perguntou a Satanás, que foi à sua presença após rodear a terra e passear por ela, se ele havia observado seu servo Jó, “homem íntegro e reto, temente a Deus e que se desviava do mal”, nosso adversário lhe respondeu: “Porventura, Jó debalde teme a Deus? Acaso, não o cercaste com sebe, a ele, a sua casa e a tudo quanto tem? A obra de suas mãos abençoaste, e os seus bens se multiplicaram na terra.” (Jó 1:9b,10).
O argumento apresentado pelo diabo foi que a fidelidade e a integridade de Jó, elogiadas por Deus, eram, na realidade, consequências do mimo de Deus. Ele era fiel e íntegro porque tudo estava bem. Embora a acusação de Satanás possa se aplicar a muitas pessoas que amam e são fiéis a Deus apenas quando estão cercadas de bençãos, no caso de Jó, essa afirmação não tinha nenhuma validade.
Durante o tempo que passou com os discípulos, Jesus ensinou-lhes a orar por seus inimigos, abençoar seus perseguidores, oferecer a outra face e perdoar setenta vezes sete: “Ouvistes que foi dito: Olho por olho, dente por dente. Eu, porém, vos digo: não resistais ao perverso; mas, a qualquer que te ferir na face direita, volta-lhe também a outra; e, ao que quer demandar contigo e tirar-te a túnica, deixa-lhe também a capa. Se alguém te obrigar a andar uma milha, vai com ele duas.” (Mateus 5:38-41).
É fácil dizer palavras bonitas, cuidadosamente estudadas e escolhidas, mas não é tão fácil assim praticar aquilo que foi declarado, risco que todos pregadores corremos. Ao interceder ao Pai por seus inimigos e liberar o perdão para eles, mais do que pregar, Jesus estava a viver o sermão.
Estevão, tendo passado a maior parte de sua existência sob o império da lei, olho por olho, dente por dente, conheceu, em Cristo, o Caminho mais excelente: “E eu passo a mostrar-vos ainda um caminho sobremodo excelente. Ainda que eu fale as línguas dos homens e dos anjos, se não tiver amor, serei como o bronze que soa ou como o címbalo que retine.” (1 Coríntios 12:31 – 13:1).
Estevão estava a anunciar as Boas Novas da salvação e Deus, por seu intermédio, confirmava tudo e fazia sinais e prodígios. Não podendo argumentar contra ele, seus adversários o arrebataram com violência e, apresentando testemunhas compradas, o condenaram à morte.
Estevão tinha todo o direito de pedir justiça a Deus, mas na hora de sua morte, escolheu o caminho do perdão e da misericórdia. Mesmo quando o Senhor removeu a cerca que o protegia, Estevão permaneceu “íntegro, reto e temente a Deus”. Por essa razão, Jesus se levantou para recebê-lo quando Estevão adormeceu.
Cel. Cícero Nunes

Cel. Cícero Nunes

Professor Estudo Bíblico

Cícero Nunes Moreira é casado com Cibele Mattiello da Rocha Moreira. Ordenado ao ministério sacerdotal há vinte e cinco anos, autor e Pastor na Igreja Evangélica Vida com com Cristo e capelão voluntário na Policia Militar de Minas Gerais com atuação, principalmente na Academia de Policia Militar e no Hospital da Policia Militar. Mestre em Ciências da Religião pela PUC Minas e Coronel do Quadro de Oficiais da Reserva. Autor do Livro Religião e Direitos Humanos na Policia Militar e Segue-me! Conectando-se ao Evangelho de Lucas.

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