“Ao sair Jesus do templo, disse-lhe um de seus discípulos: Mestre! Que pedras, que construções! Mas Jesus lhe disse: Vês estas grandes construções? Não ficará pedra sobre pedra, que não seja derribada.” (Marcos 13:1,2).
O desejo de edificar uma Casa para o Senhor nasceu no coração do rei Davi, que tinha como única motivação adorar a Deus: “Sucedeu que, habitando o rei Davi em sua própria casa, tendo-lhe o Senhor dado descanso de todos os seus inimigos em redor, disse o rei ao profeta Natã: Olha, eu moro em casa de cedros, e a arca de Deus se acha numa tenda.” (2 Samuel 7:1,2).
Por causa de sua vida de homem de guerra, Deus não permitiu que Davi edificasse o templo, pois suas mãos tinham derramado muito sangue: “Disse Davi a Salomão: Filho meu, tive intenção de edificar uma casa ao nome do Senhor, meu Deus. Porém a mim me veio a palavra do Senhor, dizendo: Tu derramaste sangue em abundância e fizeste grandes guerras; não edificarás casa ao meu nome, porquanto muito sangue tens derramado na terra, na minha presença.” (1 Crônicas 22:7,8).
Coube a Salomão a tarefa de edificar a Casa do Senhor. Os trabalhos começaram em 968 a.C. e foram concluídos em 961 a.C. Na consagração do Templo, após Salomão orar, a glória do Senhor encheu o templo e o Senhor fez aliança com Salomão: “Estarão abertos os meus olhos e atentos os meus ouvidos à oração que se fizer neste lugar. Porque escolhi e santifiquei esta casa, para que nela esteja o meu nome perpetuamente; nela, estarão fixos os meus olhos e o meu coração todos os dias.” (2 Crônicas 7:15,16).
O Senhor, porém, advertiu o rei Salomão que, se seu povo se desviasse e servisse outros deuses, Ele os arrancaria da terra que havia lhes dado: “Porém, se vós vos desviardes, e deixardes os meus estatutos e os meus mandamentos, que vos prescrevi, e fordes, e servirdes a outros deuses, e os adorardes, então, vos arrancarei da minha terra que vos dei, e esta casa, que santifiquei ao meu nome, lançarei longe da minha presença, e a tornarei em provérbio e motejo entre todos os povos.” (2 Crônicas 7:19,20).
Em razão da persistente desobediência e da adoração de outros deuses, da recusa do povo de Deus em atender as repetidas e insistentes advertências dos profetas, o templo de Salomão foi destruído pelos babilônios, sob as ordens de Nabucodonosor em 586 a.C.
Porém, não foi só isso. Todos os tesouros e utensílios sagrados foram tomados e levados como despojo para a Babilônia: “Todos os utensílios da Casa de Deus, grandes e pequenos, os tesouros da Casa do Senhor e os tesouros do rei e dos seus príncipes, tudo levou ele para a Babilônia. Queimaram a Casa de Deus e derribaram os muros de Jerusalém; todos os seus palácios queimaram, destruindo também todos os seus preciosos objetos.” (2 Crônicas 36:18,19).
No ano 538 a.C., Ciro, rei da Pérsia, conquistou a Babilônia e deu a Israel autorização para retornar a Jerusalém para reedificar o templo. Segundo o relato de Esdras, Ciro recebeu a determinação do Senhor, o Deus dos céus, para fazer isso: “Assim diz Ciro, rei da Pérsia: O Senhor, Deus dos céus, me deu todos os reinos da terra e me encarregou de lhe edificar uma casa em Jerusalém de Judá.” (Esdras 1:2).
O templo, sob a liderança de Zorobabel e Esdras, foi completado em 516 a.C., já sob o governo de Dario, sendo restituídos os utensílios e feita a sua dedicação com muita alegria. No ano 19 a.C. o rei Herodes, o Grande, com o objetivo de cair nas graças do povo judeu, começou a expansão e a renovação do templo de Zorobabel. Foi este terceiro templo, o templo de Herodes, que um dos discípulos elogiou: “Mestre! Que pedras, que construções!”
Do desejo inicial de adorar a Deus e edificar-lhe uma Casa, até a ação política e manipuladora de Herodes para agradar os judeus, o povo de Deus percorreu um largo caminho de afastamento de Deus e de degradação. Embora o ofício sacerdotal estivesse em pleno funcionamento, com suas festas, ritos e sacrifícios, nada daquilo impressionava Deus. A verdadeira adoração nasce no coração e o coração dos israelitas estava longe de Deus.
Por isso, ao ouvir o comentário do discípulo, Jesus respondeu: “Vês estas grandes construções? Não ficará pedra sobre pedra, que não seja derribada.” (Marcos 13:2).