“E do modo por que Moisés levantou a serpente no deserto, assim importa que o Filho do Homem seja levantado, para que todo o que nele crê tenha a vida eterna.” (João 3:14,15).
Bom dia!
Alguns de nós que temos a grande alegria de sermos casados, se estivemos diante de um sacerdote, provavelmente empenhamos nossa palavra em juramento diante de Deus ao dizer que nosso compromisso seria “na alegria e na tristeza.” Normalmente, quando vai tudo bem, é comum fruir de tudo o que envolve o relacionamento, mas quando as dificuldades chegam, quando o vento bate forte na casa, as atitudes, infelizmente, podem mudar.
A Bíblia relata que os israelitas estavam sofrendo terrivelmente no Egito e, nessa experiência, clamaram ao Senhor por socorro. Deus chamou Moisés e disse-lhe: “Certamente, vi a aflição do meu povo, que está no Egito, e ouvi o seu clamor por causa dos seus exatores. Conheço-lhe o sofrimento; por isso, desci a fim de livrá-lo da mão dos egípcios e para fazê-lo subir daquela terra a uma terra boa e ampla, terra que mana leite e mel.” (Êxodo 3:7,8a).
Com mão poderosa, Deus tirou Israel do Egito, mas ao chegar no deserto, após derrotar os cananeus, e seguir no caminho do Mar Vermelho, o povo perdeu a paciência, passou a reclamar e a desprezar a provisão de Deus: “E o povo falou contra Deus e contra Moisés: Por que nos fizestes subir do Egito, para que morramos neste deserto, onde não há pão nem água? E a nossa alma tem fastio deste pão vil.” (Números 21:5).
O padrão “alegria nas bençãos e revolta nas lutas” não é difícil de ser encontrado na história de Israel e, também, em nossa história. O exemplo clássico que podemos evocar aqui, além do já apresentado, é a reação da mulher de Jó, que aconselhou seu marido a amaldiçoar a Deus e morrer no momento da dor: “Então, sua mulher lhe disse: Ainda conservas a tua integridade? Amaldiçoa a Deus e morre.” (Jó 2:9).
Em resposta ao comportamento do povo no deserto, Deus enviou serpentes abrasadoras que os morderam, matando a muitos. Como não havia remédio, nem solução para aquele problema, eles foram até Moisés e reconheceram que estavam em pecado contra ele e contra Deus. “Disse o Senhor a Moisés: Faze uma serpente abrasadora, põe-na sobre uma haste, e será que todo mordido que a mirar viverá. Fez Moisés uma serpente de bronze e a pôs sobre uma haste; sendo alguém mordido por alguma serpente, se olhava para a de bronze, sarava.” (Números 21:8,9).
Para concluir sua conversa com Nicodemos, Jesus lhe declarou o propósito de sua encarnação: conceder a vida eterna a todos aqueles que cressem no Filho do Homem e, para ilustrar, recorreu ao episódio das serpentes abrasadoras.
Não se pode dizer que a serpente de bronze erguida para a salvação daquele que havia sido mordido, era um tipo do Messias, como, claramente é o caso do Cordeiro Pascal, por exemplo, mas é possível identificar várias semelhanças e, dessa maneira, entender a comparação.
Como não havia remédio para a mordida da serpente abrasadora, para ser curado, aquele que era mordido deveria ter fé e olhar para a serpente de bronze erguida por Moisés. Como não há remédio para o pecado do homem, nós só podemos ser curados, salvos da morte, ao olhar para a cruz, olhar para Cristo, o Salvador.
Nos dois casos, não havia uma alternativa, uma solução humana para a morte, apenas o olhar confiante. Assim como a serpente foi erguida à vista de todos, Jesus foi erguido. Os dois tinham o mesmo propósito: trazer vida para aquele já condenado. A maneira da salvação era a mesma: olhar e viver!
Por sua grande misericórdia, Deus ofereceu a vida, gratuitamente, àqueles que, arrependidos, olhavam para a serpente. Não podia haver tolice maior do que se recusar a olhar para um remédio tão fácil e tão acessível. Da mesma maneira, é uma tolice para o pecador, morto em seus delitos e pecados (Efésios 2:1), se recusar a olhar, arrependido, para o Filho do Homem erguido no madeiro e receber a vida, receber, gratuitamente, a salvação.
Como está escrito: “Olhai para mim e sede salvos, vós, todos os limites da terra; porque eu sou Deus, e não há outro.” (Isaías 45:22). Você pode procurar salvação em outra fonte e até se revoltar contra Deus, porém, a Bíblia diz, categoricamente: “E não há salvação em nenhum outro; porque abaixo do céu não existe nenhum outro nome, dado entre os homens, pelo qual importa que sejamos salvos.” (Atos 4:12).
Cel. Cícero Nunes
Professor Estudo Bíblico
Cícero Nunes Moreira é casado com Cibele Mattiello da Rocha Moreira. Ordenado ao ministério sacerdotal há vinte e cinco anos, autor e Pastor na Igreja Evangélica Vida com com Cristo e capelão voluntário na Policia Militar de Minas Gerais com atuação, principalmente na Academia de Policia Militar e no Hospital da Policia Militar. Mestre em Ciências da Religião pela PUC Minas e Coronel do Quadro de Oficiais da Reserva. Autor do Livro Religião e Direitos Humanos na Policia Militar e Segue-me! Conectando-se ao Evangelho de Lucas.