“Então, lhes impunham as mãos, e recebiam estes o Espírito Santo. Vendo, porém, Simão que, pelo fato de imporem os apóstolos as mãos, era concedido o Espírito [Santo], ofereceu-lhes dinheiro, propondo: Concedei-me também a mim este poder, para que aquele sobre quem eu impuser as mãos receba o Espírito Santo.” (Atos 8:17-19).
Simão era uma pessoa importante em Samaria, gozava de prestígio e era conhecido como o “Grande Poder”. Ele Iludia as pessoas com seu misticismo e, certamente, ganhou muito dinheiro com isso. Para Simão, a religião era um bom negócio e ele lucrava muito.
Quando ouviu a pregação de Filipe, aceitou a fé, foi batizado e passou a segui-lo observando extasiado os sinais e milagres. Em Simão, a semente foi sufocada pelos espinhos. Nele, os cuidados do mundo e a fascinação das riquezas impediram a palavra de frutificar (Mateus 13:22).
Quando Pedro e João chegaram para ajudar Filipe e começaram a impor as mãos sobre os convertidos para que recebessem o Espírito Santo, Simão, o “Grande Poder”, não teve dúvidas e logo perguntou: “Quanto custa isso?” Para o “Grande Poder”, o sagrado era um bom negócio e a fé era mercado, por isso ele logo concluiu que estava diante de uma grande oportunidade de lucro.
Há algum tempo fui chamado para aconselhar uma jovem recém-convertida ao Evangelho. No meio da conversa ela me disse que queria ser pastora e iria estudar para isso, porque era uma boa profissão. Se ela estivesse me dizendo que era uma boa profissão de fé e estivesse sendo movida por amor e obediência a Deus, eu ficaria muito feliz, mas ela não estava falando disso.
Infelizmente, algumas pessoas entram no sacerdócio por verem nele uma oportunidade de ganho financeiro. Outras, entram com a motivação correta, mas se perdem e começam a mercadejar a Palavra de Deus. Como Balaão, elas customizam e vendem profecias na banca do mercado: “Abandonando o reto caminho, se extraviaram, seguindo pelo caminho de Balaão, filho de Beor, que amou o prêmio da injustiça.” (2 Pedro 2:15).
Há alguns anos, tivemos um avivamento muito forte no Brasil. Talvez você não tenha pensado nisso, mas durante alguns anos, vimos milhões de pessoas reunidas nas praças para adorar a Deus. Brasília, Salvador, São Paulo, Belo Horizonte, Fortaleza e muitas outras cidades reuniram mais de um milhão de pessoas para orar e adorar. De repente, alguma coisa aconteceu que interrompeu o avivamento. É assim mesmo. Os avivamentos acontecem e terminam e nem sempre sabemos dizer a razão. Você pode ter sua ideia a respeito do que aconteceu. Eu também tenho a minha.
Entre os discípulos de Jesus, Judas acompanhou, maravilhado, nosso Senhor Jesus por três anos. Como era dominado pela ganância, logo deu um jeito de tomar conta da bolsa de dinheiro na qual metia a mão para furtar. Judas amava o dinheiro mais do que amava o Senhor: “Judas Iscariotes, um dos seus discípulos, o que estava para traí-lo, disse: Por que não se vendeu este perfume por trezentos denários e não se deu aos pobres? Isto disse ele, não porque tivesse cuidado dos pobres; mas porque era ladrão e, tendo a bolsa, tirava o que nela se lançava.” (João 12:4-6).
Por amor ao dinheiro, Judas traiu o Senhor por trinta moedas de prata; por amor ao dinheiro, Balaão traiu o povo de Deus, desejando vender maldições contra eles; por amor ao dinheiro, Simão desejou comprar o poder do Espírito Santo. Por amor ao dinheiro entristecemos o Espírito Santo e o afastamos de nós. Em seu relacionamento com Jesus, você precisa se lembrar de um importante ensino: “Curai enfermos, ressuscitai mortos, purificai leprosos, expeli demônios; de graça recebestes, de graça dai.” (Mateus 10:8).
Algumas pessoas veem no Evangelho uma oportunidade de ter posição, riqueza e poder, porem, não há dúvidas de que é melhor ajuntar tesouros no céu e gozar do bem que o Senhor nos reservou na eternidade, do que seguir o caminho de Balaão.