“Mas EstĂŞvĂŁo, cheio do EspĂrito Santo, fitou os olhos no cĂ©u e viu a glĂłria de Deus e Jesus, que estava Ă sua direita, e disse: Eis que vejo os cĂ©us abertos e o Filho do Homem, em pĂ© Ă destra de Deus.” (Atos 7:55,56).
Ao ouvir a apologia de Estevão e serem acusados de rejeitar Moisés, praticar a idolatria, desconhecer a vontade de Deus e assassinar o Messias, os membros do Sinédrio e demais ouvintes rangeram os dentes em fúria: “Ouvindo eles isto, enfureciam-se no seu coração e rilhavam os dentes contra ele.” (Atos 7:54).
Ciente de que não encontraria amparo, nem compreensão entre os religiosos, no Sinédrio, Estevão olhou para o céu, convicto que o seu socorro estava no Senhor, o Criador dos céus e da terra: “Elevo os olhos para os montes: de onde me virá o socorro? O meu socorro vem do Senhor, que fez o céu e a terra.” (Salmos 121:1,2). Como é maravilhoso ter a certeza de que, ao sermos cercados por perigos, temos socorro naquele que está à direita de Deus, Jesus Cristo, o Justo.
A visão que Estevão teve de Cristo glorificado, de pé à direita do Pai, é diferente de outras menções de Jesus entronizado. Nos registros da Carta aos Colossenses 3:1 e em Hebreus 10:12, Jesus foi declarado assentado à direita do Pai: “Portanto, se fostes ressuscitados juntamente com Cristo, buscai as coisas lá do alto, onde Cristo vive, assentado à direita de Deus.” (Colossenses 3:1).
Como Rei entronizado, Jesus permanece assentado no trono, mas como Advogado e Testemunha de suas ovelhas, Ele se levanta diante do Pai para interceder e defendê-las. Mesmo sem ser percebido pelo Sinédrio, Jesus estava presente no julgamento de Estevão. Como está escrito, “Os olhos do Senhor estão em todo lugar, contemplando os maus e os bons.” (Provérbios 15:3). Embora com suas trapaças, o Sinédrio se sentisse seguro, Deus, por meio do profeta Jeremias, nos faz saber que dele ninguém se esconde: “Porque os meus olhos estão sobre todos os seus caminhos; ninguém se esconde diante de mim, nem se encobre a sua iniquidade aos meus olhos.” (Jeremias 16:17).
Quando Estevão declarou que via os céus abertos e o Filho do Homem de pé, à direita de Deus, seus julgadores, sem dúvida, foram remetidos diretamente para o cenário do julgamento de Jesus: “Tornou a interrogá-lo o sumo sacerdote e lhe disse: És tu o Cristo, o Filho do Deus Bendito? Jesus respondeu: Eu sou, e vereis o Filho do Homem assentado à direita do Todo-Poderoso e vindo com as nuvens do céu.” (Marcos 14:61b, 62).
Poucas vezes nos Evangelhos encontramos Jesus sendo retratado como Filho de Deus. Sua designação preferida e, frequentemente, citada pelo próprio Jesus é Filho do Homem. Ao se despojar de sua glória, Jesus não deixou de ser Filho de Deus, mas tornou-se Filho do Homem. Como está escrito, Ele entrou pela porta e se tornou um de nós, por isso conhece nossas limitações e dores. É, em tudo, semelhante a nós, exceto no pecado.
Ao ascender aos céus e ser entronizado à direita do Pai, Jesus permanece Filho do Homem. Em seu amor, Ele nos redimiu e nos levou para junto do Pai. Para aqueles que já estavam cheios de dolo, fúria e rangendo os dentes, a declaração feita por Estevão foi a gota d’água: “Eles, porém, clamando em alta voz, taparam os ouvidos e, unânimes, arremeteram contra ele.” (Atos 7:57).