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DE BRAÇOS ABERTOS

“Arrependei-vos, pois, e convertei-vos para serem cancelados os vossos pecados.” (Atos 3:19).
Bom dia!
Se alguém me pedisse para simplificar, ao extremo, o propósito das Escrituras, eu diria que se trata de uma longa carta de amor do Pai Misericordioso para o filho amado, que o rejeitou. Por essa razão, toda a pregação dos Apóstolos, que entenderam bem o propósito de Deus, era concluída com um apelo ao arrependimento, um chamado para voltar para casa.
Alguém pode dizer que se trata de uma admoestação aos judeus em razão de seu protagonismo na morte de Jesus, mas estará a cometer um terrível equívoco. Sem entrar no mérito da unidade da humanidade e da responsabilidade universal pelo pecado, pois todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus (Romanos 3:23), judeus e gentios se uniram para matar o Filho do Homem.
Jesus foi julgado e condenado no Sinédrio, pela liderança do povo judeu, mas foi, da mesma forma, julgado e condenado pelo governador da Judéia, Pôncio Pilatos e crucificado pelos gentios. Por testemunhar tudo isso, Pedro apontou o pecado e o caminho de volta para a casa do Pai: “Arrependei-vos, pois, e convertei-vos para serem cancelados os vossos pecados.” (Atos 3:19).
Arrepender é reconhecer que se está em falta, assumir a responsabilidade e retroceder. Implica na mudança da mente, da convicção a respeito da situação e na mudança do comportamento. Converter é voltar para a casa do Pai, retornar para o amor e para a obediência a Deus.
O teólogo e filósofo americano Francis Schaeffer (1912 – 1984) em uma carta para um estudante universitário, escreveu: “Cheguei à conclusão de que nenhum de nós em nossa geração se sente tão culpado pelo pecado quanto deveria ou como nossos antepassados se sentiram.” É verdade, nossa preocupação e temores em relação às questões espirituais têm perdido a força nas últimas décadas.
O arrependimento e a decisão de retornar são atos subjetivos. Não há coerção da parte de Deus. Há amor e apelo, mas o Pai respeita a liberdade de escolha do filho. Foi assim com o filho pródigo, o qual, do lamaçal em que estava, caiu em si e lembrou-se da casa do pai: “Então, caindo em si, disse: Quantos trabalhadores de meu pai têm pão com fartura, e eu aqui morro de fome! Levantar-me-ei, e irei ter com o meu pai, e lhe direi: Pai, pequei contra o céu e diante de ti.” (Lucas 15:17,18).
E o pai desprezado e ofendido? Cheio de amor, todos os dias ele vigiava o caminho e aguardava, com esperança e fé, a volta do filho amado: “Então voltou para a casa de seu pai. Quando ele ainda estava longe, seu pai o viu. Cheio de compaixão, correu para o filho, o abraçou e o beijou.” (Lucas 15:20).
Uma certeza você pode ter: de braços abertos, o Pai espera sua volta para casa, mas não o obrigará a fazer isso. Infelizmente, alguns, como o filho pródigo, somente caem em si quando se abaixam para disputar a comida com os porcos. Você pode fazer isso bem antes de chegar nessa situação, e o melhor dia para fazê-lo é hoje. Portanto, “Hoje, se ouvirdes a sua voz, não endureçais o vosso coração.” (Hebreus 3:8).
Cel. Cícero Nunes

Cel. Cícero Nunes

Professor Estudo Bíblico

Cícero Nunes Moreira é casado com Cibele Mattiello da Rocha Moreira. Ordenado ao ministério sacerdotal há vinte e cinco anos, autor e Pastor na Igreja Evangélica Vida com com Cristo e capelão voluntário na Policia Militar de Minas Gerais com atuação, principalmente na Academia de Policia Militar e no Hospital da Policia Militar. Mestre em Ciências da Religião pela PUC Minas e Coronel do Quadro de Oficiais da Reserva. Autor do Livro Religião e Direitos Humanos na Policia Militar e Segue-me! Conectando-se ao Evangelho de Lucas.

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