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MISERICÓRDIA OU JUÍZO

“Então, lhe perguntou o sumo sacerdote: Porventura, é isto assim?” (Atos 7:1).
Bom dia!
Ao preparar seus discípulos para ser testemunhas, Jesus os alertou e disse que eles seriam levados aos tribunais e sinagogas para testemunhar: “E acautelai-vos dos homens; porque vos entregarão aos tribunais e vos açoitarão nas suas sinagogas; por minha causa sereis levados à presença de governadores e de reis, para lhes servir de testemunho, a eles e aos gentios.” (Mateus 10:17,18).
Jesus não pintou o mundo de cor de rosa, nem desenhou um cenário de bênçãos, mas advertiu seus discípulos que a eles estavam reservados açoites e prisões. Mais tarde, o próprio Pedro instrui os novos discípulos a respeito dos desafios e perigos da vida cristã: “Sede sóbrios e vigilantes. O diabo, vosso adversário, anda em derredor, como leão que ruge procurando alguém para devorar; resisti-lhe firmes na fé, certos de que sofrimentos iguais aos vossos estão-se cumprindo na vossa irmandade espalhada pelo mundo.” (1 Pedro 5:8,9).
Apresentado preso diante das autoridades, Estevão recebeu uma simples pergunta que lhe abriu uma ampla porta de oportunidade para testemunhar: “Então, lhe perguntou o sumo sacerdote: Porventura, é isto assim?” (Atos 7:1). Como estava sendo acusado de falar contra Moisés e contra o templo, Estevão lhes apresentou um longo testemunho para, ao mesmo tempo, se defender da acusação e anunciar-lhes Jesus Cristo.
Em sua defesa, Estevão disse-lhes para se lembrar de Moisés que profetizou que Deus levantaria, no meio deles, um profeta semelhante a ele: “Foi Moisés quem disse aos filhos de Israel: Deus vos suscitará dentre vossos irmãos um profeta semelhante a mim.” (Atos 7:37).
Sob a acusação de falar contra o Templo, Estevão lhes recordou as palavras do próprio Deus: “Entretanto, não habita o Altíssimo em casas feitas por mãos humanas; como diz o profeta: O céu é o meu trono, e a terra, o estrado dos meus pés; que casa me edificareis, diz o Senhor, ou qual é o lugar do meu repouso?” (Atos 7:48,49).
Estevão não foi desrespeitoso, nem menosprezou a autoridade dos sacerdotes, porém aproveitou a oportunidade para testemunhar-lhes que Jesus é o Cristo e que seu desejo é habitar no coração do homem.
Seria bom se todos aprendêssemos com Estevão a testemunhar com amor e respeito, sabendo que não é por força, nem por violência, mas pelo Espírito Santo que devemos agir: “Então, perguntei ao anjo que falava comigo: meu senhor, que é isto? Respondeu-me o anjo que falava comigo: Não sabes tu que é isto? Respondi: não, meu senhor. Prosseguiu ele e me disse: Esta é a palavra do Senhor a Zorobabel: Não por força nem por poder, mas pelo meu Espírito, diz o Senhor dos Exércitos.” (Zacarias 4:4-6).
Naquele tempo, os ouvintes de Estevão, aprisionados em seus paradigmas religiosos e fechados para a voz do Espírito Santo, mais uma vez endureceram o coração e não aceitaram seu testemunho. Cegueira espiritual, prisão de paradigma, mente cauterizada, preconceito ou amor ao mundo e ao pecado podem nos impedir de ouvir o testemunho do Espírito e receber a Verdade.
Que o Senhor nos liberte de tudo aquilo que nos impede de ouvir e compreender sua Palavra; que haja em nós coragem para converter. Quando uma testemunha lança a semente, a Palavra semeada servirá para misericórdia ou juízo. Aquele que recebe a semente é quem decide se a semente será para ele palavra de misericórdia ou palavra de juízo.
Cel. Cícero Nunes

Cel. Cícero Nunes

Professor Estudo Bíblico

Cícero Nunes Moreira é casado com Cibele Mattiello da Rocha Moreira. Ordenado ao ministério sacerdotal há vinte e cinco anos, autor e Pastor na Igreja Evangélica Vida com com Cristo e capelão voluntário na Policia Militar de Minas Gerais com atuação, principalmente na Academia de Policia Militar e no Hospital da Policia Militar. Mestre em Ciências da Religião pela PUC Minas e Coronel do Quadro de Oficiais da Reserva. Autor do Livro Religião e Direitos Humanos na Policia Militar e Segue-me! Conectando-se ao Evangelho de Lucas.

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